(Veja comentário no final)
Numa disputa decidida em 2º turno, Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi eleito presidente da Câmara para ocupar um mandato-tampão de seis meses, até 31 de janeiro de 2017. Maia teve 285 votos, contra 170 de Rogério Rosso (PSD-DF). Houve ainda 5 votos em branco entre os 460 deputados presentes.
A eleição foi precipitada pela renúncia ao cargo de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afastado há dois meses do mandato por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal).
Nesse período, a Câmara vinha sendo comandada pelo vice-presidente Waldir Maranhão (PP-MA).
Após a divulgação do resultado, parte dos deputados puxou um coro de “Fora, Cunha”. Maia tentou angariar votos com o argumento de que seria o contraponto ao candidato preferido pelo Centrão, Rogério Rosso, apontado como próximo a Cunha. Rosso tem rejeitado o rótulo e diz manter apenas uma relação “respeitosa” com Cunha.
No primeiro turno, Maia teve 120 votos contra 106 de Rosso. O terceiro colocado foi o ex-ministro Marcelo Castro (PMDB-PI), com 70 votos.
Ao discursar após a vitória, Maia chegou a se emocionar ao se lembrar da família. “Vamos partir de amanhã tentar governar com simplicidade. Nós temos muito trabalho a fazer, nós temos que pacificar esse plenário. Nós temos uma pauta do governo para discutir, mas também uma pauta da sociedade, que é também muito importante.”
Antes, ao discursar antes do segundo turno, Maia já havia dado um tom emocional à sua fala. Ele lembrou que, quando era adolescente, acompanhava as discussões da Assembleia Constituinte, nos anos 1980. Maia citou como exemplo de deputados constituintes, incluindo até o petista José Genoino, condenado no processo de mensalão, os tucanos José Serra e Mário Covas, o peemedebista Ulysses Guimarães e seu pai, Cesar Maia. O PT é adversário histórico do DEM, partido de Maia.
“Só de chegar aqui para mim já é uma grande vitória. Nós vamos governar essa Casa juntos. Nós vamos devolver a soberania ao plenário”, afirmou Maia. “Vamos trabalhar para acabar com o império dos líderes. Os líderes são fundamentais, mas não podem ser os únicos a terem a palavra.”
(Do UOL, em Brasília 14/07/2016)
Comentário do programa – A diferença no placar mostra que “os tempos” de Eduardo Cunha estão no final, graças a Deus. E a tropa de choque dele está com os dias contados. Assim como a claque que sempre o aplaudia. (LGLM)