Janduhi Dantas dá show em literatura de cordel

By | 29/08/2016 2:06 pm

Recebi neste final de semana, um pacote enviado pelo professor, cordelista e serventuário da Justiça, Janduhi Dantas Nóbrega. No pacote, vários cordéis de sua autoria. Janduhi Dantas é velho conhecido nosso, desde a década de oitenta, quanto juntos militamos no incipiente PT patoense. Trilhamos caminhos diferentes e só agora fomos nos reencontrar através de primorosas obras de literatura de cordel, atividade a que ele se dedica nas horas vagas, das suas atividades na comarca de Juazeirinho e em aulas de Português de cursinhos em Patos e região. Dos exemplares que ele me enviou constam A VIAGEM AOS 80 ANOS DA REVOLTA DE PRINCESA, O MISTERIOSO ATENTADO AO BISPO DE CAJAZEIRAS, AS TRÊS VERDADES DE DEUS e A HISTÓRIA DA MULHER QUE ROUBOU PARA SE CASAR. Na primeira ele conta da maneira mais fiel possível a História da Revolta de Princesa. Na segunda reproduz o que soube nas mais diversas fontes sobre um atentado à bomba que aconteceu na cidade de Cajazeiras e que sem dúvida visava o então bispo de Cajazeiras, Dom Zacarias Rolim de Moura. Dom Zacarias é velho conhecido dos patoenses antigos pois foi vigário na então única paróquia de Patos, dedicada a nossa Senhora da Guia, de onde saiu sagrado bispo. A história não foi bem contada na época, já que havia censura nos meios de comunicação, mas Janduhi resgatou os fatos, inclusive consultando o inquérito então realizado, sem sucesso, pois até hoje não se sabe quem tentou mandar Dom Zacarias, em plena ditadura militar. AS TRÊS VERDADES DE DEUS são resultado da adaptação para a literatura de cordel de um conto do escritor russo Leon Tolstói. O último dos cordéis foi uma transposição de um filme famoso de Alfred Hitchcok, Psicose. Além destes Janduhi tem outra obra famosa e que faz parte de muitas bibliotecas escolares em todo o país: LIÇÕES DE GRAMÁTICA EM VERSOS DE CORDEL, publicada pela Editora Vozes, uma das mais tradicionais do país.

A leitura dos cordéis de Janduhi é das mais agradáveis. Li as quatro obras que recebi, entre João Pessoa e Campina Grande, na manhã desta segunda-feira. Valeu a pena, cada uma melhor do que a outra.  Parabéns ao poeta. Transcreve fielmente em versos bem elaborados, em linguagem compreensível, todo o sentido das obras, sejam sua fonte a história, o jornalismo, a literatura ou o cinema. Janduhi tem a poesia nas veias. Ele é irmão do poeta repentista e versejador Jamaci Dantas, o Lola.

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Category: Blog

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

2 thoughts on “Janduhi Dantas dá show em literatura de cordel

  1. Joaquim Horácio de Medeiros

    Gonzaga, Patos tem muitos poetas e escritores. Um tempo atrás, eu lhe perguntei sobre a possibilidade de voce incluir no seu blog um espaço para autores patoenses. Na mesma época, procurei a FUNES. Fui muito bem recebido pela Presidente e pelo Diretor Severino Neto (Biu) mas nada fluiu. Janduhí, Jamaci, José Mota, Flavio Sátiro, Everaldo Dantas, Romildo, dentre outros, publicaram trabalhos independente de apoio ou incentivo. O que eu me preocupo são com aqueles autores com grande potencial e alguns trabalhos guardados mas não publicados. Muitos deles morrerão sem dar conhecimento a grande massa do que foram capaz de produzir.

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    1. Luiz Gonzaga Lima de Morais Post author

      Janduhi contou com o apoio de Cidoval Morais, na editora da UEPB e de apoio de algumas prefeituras. Há duas alternativas. Ou se publica com recursos próprios, como fez a companheira Creuza Medeiros (Creuzinha), a saudosa Socorro Carneiro ou a poetisa Eunice Rodrigues, ou se apela para órgãos públicos. Em Patos poderia ser a FUNES ou o Instituto Histórico e Geográfico de Patos, aquele com mais condições financeiras. De qualquer maneira vale tentar, apesar de você já ter tentando, como diz, junto a FUNES. A FUNES já foi mais ativa neste sentido, pois publicou obras de vários autores da região. Não sei se faltou verba, verbo ou prestígio dos atuais dirigentes. Eu penso em enfeixar alguns artigos e publicar em livro, já que fiz meia dúzia de filhos, plantei dezenas de árvores mas ainda não publiquei o primeiro livro. Estou devendo isso à posteridade.

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