(Publicado no Patos Online)
É uma pena o que está acontecendo em nosso país. Ninguém mais está aprendendo a escrever bem. Faz vergonha ler textos escritos por advogados e por jornalistas, duas categorias que sempre se esmeravam em escrever bem a Língua Portuguesa. Mas é uma pena o que está acontecendo. São erros de ortografia, erros de concordância, erros de regência, erros de acentuação, erros de pontuação. Alguns são erros graves, crassos como diz a língua mais culta, outros erros mais simples, mas que, de qualquer maneira enfeiam a Língua.
Claro que há veículos, como as mídias sociais em que se permite abreviações e outras formas de facilitar a escrita. Embora seja uma prática que vai terminar desacostumando a escrever corretamente. Nestes casos ainda se admite. Mas num texto de jornal, num texto num portal na internet, numa petição judicial, não se pode permitir leviandades com a Língua Portuguesa. Os editores de jornais e de portais têm obrigação de manter alguém que censure os textos que são apresentados, se os seus redatores não sabem escrever. Um chefe de escritório de advocacia deve zelar para que os escritos que são lavrados em seu escritório respeitem a Língua Portuguesa.
Mas não é só nestes locais. Em qualquer empresa em que se escreva uma carta, um ofício, um relatório, um memorando, um e-mail, deve-se ter o cuidado de escrever corretamente. Nada dá uma pior impressão de uma empresa de que textos redigidos com erros de Português. Dá sempre impressão de incompetência, de despreparo de seus profissionais, mesmo que não trabalhem em áreas de imprensa, de publicidade, de advocacia.
Claro que para escrever bem, há que sempre se ler bons textos. Mas daqui a pouco não haverá bons textos que ler, já que muitos se atêm a ler os textos profissionais, que estão deixando de ser os modelos que deveriam ser. Talvez exigir que leiam bons livros seja demais para alguns, mas não seria mal, se vez por outra, se lesse um bom autor, que escreva decentemente. E não importa o que se leia: romance, policial, faroeste, religioso, filosófico, esportivo. Mas que se leia, para aprender a escrever cada vez melhor.
Alguma coisa tem que ser feita. Estamos abastardando a Língua Portuguesa, “última flor do Lácio, inculta e bela”, como dizia Olavo Bilac. E quem não ama a sua língua, a língua que herdamos dos nossos antepassados, não ama o seu povo, não ama a sua terra. (Luiz Gonzaga Lima de Morais)