Base aliada quer acelerar votação de denúncia contra Temer; oposição cobra prazo para discutir o assunto

By | 10/07/2017 7:34 am

 

(Agência Câmara)

 

Deputados da base aliada ao governo e da oposição têm avaliações diferentes sobre o prazo para votar o pedido de instauração de processo por crime de corrupção passiva contra o presidente da República, Michel Temer, encaminhado à Câmara pelo ministro Edson Fachin, responsável no Supremo Tribunal Federal (STF) pela Operação Lava Jato.

Aliados do governo querem rapidez nas discussões e votações, ao passo que a oposição defende mais prazo para analisar o caso.

 

Nesta terça-feira (4), após reunião com a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, reiterou que os prazos serão respeitados. No encontro, Maia apresentou o rito estabelecido no Regimento Interno, já que, segundo ele, “sempre há o risco de algum lado judicializar essa questão”.

 

Pelo Regimento Interno, Temer tem até dez sessões do Plenário para apresentar sua defesa à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), que vai instruir o caso (SIP 1/17). Após isso, a CCJ tem até cinco sessões para concluir análise que será levada ao Plenário.

 

Segundo a Constituição, em caso da acusação por crime comum, como corrupção passiva, o julgamento cabe ao STF, mas o processo só pode ser aberto se houver autorização do Plenário da Câmara – é necessário o apoio de pelo menos dois terços dos parlamentares (342 votos).

Maia também reiterou a intenção de discutir com os líderes partidários a possibilidade de ter mais oradores a favor e contra durante a discussão em Plenário. Segundo ele, pelo Regimento Interno são necessários apenas dois debatedores de cada lado. “É o único ponto que é mais frágil, temos que ampliar um pouco isso”, afirmou. Parlamentares da base aliada querem deliberar sobre a denúncia contra Temer antes do recesso parlamentar, previsto para o próximo dia 18, e avaliam que a oposição não tem votos para autorizar a abertura de processo contra o presidente do República.

 

Vice-líder do PMDB, o deputado Carlos Marun (MS) defendeu que a CCJ conclua a análise inicial já na próxima semana, para que o Plenário possa então se manifestar.

 

“Temos a convicção de que, dentro dos prazos regimentais, vamos deliberar no Plenário ainda antes do recesso. Vamos fazer isso com serenidade e rapidez, para que essa questão seja resolvida”, disse.

 

Marun também avaliou que a prisão, na segunda-feira (3), do ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima não influenciará as votações na CCJ ou no Plenário. “Não deve afetar porque essa prisão ocorreu por supostas atitudes durante o governo anterior, nada tem a ver com a gestão Temer.”

 

Segundo o Ministério Público Federal, o ex-ministro e ex-deputado federal estaria tentando obstruir a investigação de supostas irregularidades na liberação de recursos da Caixa Econômica Federal, instituição na qual ocupou o cargo de vice-presidente para Pessoa Jurídica entre 2011 e 2013.

 

Oposição
O líder do PT, Carlos Zarattini (SP), criticou as tentativas de acelerar os trâmites na Câmara e defendeu mais prazo para analisar a denúncia contra Temer. “Considero um grave equívoco, porque o povo e os deputados precisam ter conhecimento da denúncia”, disse Zarattini, que propôs convidar o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o empresário Joesley Batista para que esclareçam dúvidas.

Comentário do programa – Os motivos que movem situação e oposição são os mesmos. A situação quer apressar o julgamento de Temer temendo que novas denúncias afundem ainda mais o presidente. Não é à toa que se espera a qualquer dia a delação premiada de Eduardo Cunha. Se Cunha resolver delatar, terminará de afundar Temer. Afinal ele é uma espécie de “caixa preta” dos últimos governos. Sabe de tudo. A oposição quer demorar no julgamento esperando por novas denúncias em delações premiadas. A delação de Eduardo Cunha seria a última “pá-de-terra”, no agonizante governo Temer. E é tudo que a oposição quer. A esperança de Temer é que os empresários que dão tudo pela deforma trabalhista, o sustentem no governo através dos parlamentares cujos mandatos eles financiam, na esperança de que Temer consiga aprovar a deformação da CLT e dos direitos dos trabalhadores. Empresário nenhum defende a reforma trabalhista interessado em criar novos empregos. O interesse deles é tornar os empregos antigos e os novos cada vez mais inseguros no interesse do seu lucro. Já que eles vivem justamente do que lucram. (LGLM)

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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