(Roque de Sá/Agência Senado)
A prioridade do Ministério da Saúde será alocar profissionais do programa Mais Médicos nas regiões Norte, Nordeste, especialmente no semi-árido, e no Vale do Jequitinhonha, bem como em localidades isoladas no Centro-Oeste e em distritos sanitários indígenas. A informação foi dada pelo ministro Luís Henrique Mandetta em audiência nesta quarta-feira (27) na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado.
O ministro criticou o fato de cidades como Brasília, Florianópolis, São Paulo e municípios paranaenses com alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) receberem profissionais do Mais Médicos. Para ele, essas cidades possuem estruturas que não podem ser comparadas às dos municípios com problemas crônicos e prestação de serviços de saúde precária, com baixíssimo IDH, que a seu ver devem ser os primeiros a receber os médicos do programa.
Mandetta detalhou que as cidades foram ranqueadas e apenas os municípios com IDH mais baixo serão atendidos pelo Mais Médicos. Ele ainda anunciou busca tornar o trabalho nos municípios mais carentes mais atrativo para os médicos.
— Eu não posso chegar para uma pessoa e falar que ela vai ter que morar dentro do Parque Nacional do Xingu. Nessas localidades, por exemplo, devemos adotar um rodízio, com a troca de profissionais a cada 15 dias. Existem muitos Brasis dentro deste país, que necessitam portanto de diferentes abordagens. O Mais Médicos vai se tornar mais flexível no enfrentamento à desassistência crônica. Vamos tentar tornar o Brasil profundo mais atrativo — anunciou.
Ele entende que um dos problemas do Mais Médicos é pagar salários idênticos a todos os profissionais, não importando se atuam em Florianópolis, numa aldeia indígena ou em pequenos municípios distantes dos grandes centros.
Comentário do programa – Concordamos totalmente com este posicionamento do Ministro da Saúde. O programa Mais Médicos deve priorizar as regiões mais carentes, cidades de baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Não tem sentido alocar os médicos do programa em capitais e cidades que oferecem muitas condições de conforto e deixar cidades pequenas desassistidas. Concordamos também com sua crítica a pagar o mesmo salário ao médico do programa em uma capital ou cidade de médio porte, onde os profissionais podem inclusive exercer a profissão em consultórios particulares que o salário pago a um médico do programa em uma pequena cidade do interior, onde o profissional só vai atender num PSF. (LGLM)