(Coordecom)
A Prefeitura de Patos realizou, nesta quinta-feira, dia 08 de agosto, uma licitação de insumos hospitalares que irá gerar mais de 300% de economia na compra da maioria dos itens. O setor de licitação informou que a última licitação tinha ocorrido em 2017.
Entre os itens identificados estão: abaixador de língua (que antes era comprado por R$ 9,10 e com a nova licitação será comprado por R$ 3,30); algodão hidrófilo (era R$ 27,50 e ficou por 9,24); álcool iodato (era comprado por R$ 27,75 ficou 9,18); o cateter venoso (era R$ 3,30 e ficou 0,66); embalagem descartável para esterilização (era R$ 287,00 e ficou por 100,00); um esfigmomanômetro (era R$ 158,00 ficou 52,00), entre outros itens que somam 118. http://patos.pb.gov.br/noticias/prefeitura-de-patos-a10119.html
A última licitação, ocorrida em 2017, custou R$ 4.919,415,00 milhões, sendo que a realizada nesta quinta ficou no valor de R$ 2.622,345,00, ou seja, uma redução de R$ 2.297.070,00 (dois milhões, duzentos e noventa e sete mil e setenta reais).
“Fizemos a licitação para aquisição desses insumos e, de fato, a gente identificou uma economia por item, por valor de no mínimo 300%… uma economia considerável que a gente, de fato, deve valorizar”, garantiu Alex Camboim, gerente do setor de licitações da Prefeitura de Patos.
Ainda de acordo com o gerente do setor de licitações da Prefeitura de Patos, nove empresas participaram do processo desta quinta, sendo sete vencedoras: EuroMed, LG Produtos Hospitalares, MedLevensohn Comércio e Representação, Ortoshop Comércio, Panorama Comércio e Produto, Paulo José Maia Esmeraldo Sobreira e PharmaPlus LTDA.
Comentário do programa – Acreditamos que a comparação de preços tenha sido entre itens de quantidade e qualidade semelhante. E que tanto na licitação anterior como na atual tenham sido adquiridos os mesmos itens e nas mesmas quantidades. Obedecidos estes critérios por que teria acontecido uma diferença de preços tão grande? Embora não sejamos do ramo, algumas pistas. As licitações são uma das atividades mais vulneráveis no serviço público.
Muitos dos fornecedores são participantes habituais destes certames e muitas vezes fazem um acerto entre si para elevar os preços. Alguns alegando os riscos de não receberem o valor exato da venda feita, outros se prevenindo para as propinas que serão cobradas, outros já acertados antecipadamente na distribuição de vantagens. Claro que estes são exceções. Mas há outras manobras que desclassificam os honestos. O acerto prévio com os funcionários que vão receber os produtos, por exemplo, para que recebam quantidades inferiores às que foram realmente vendidas. Como isso, preços são rebaixados, mas o produto não é entregue na integridade.
Se todos os concorrentes são conhecidos entre si, o mais comum é realmente elevarem os preços. Sempre tem algum funcionário ou gestor querendo “levar algum” e é sempre bom aumentar o lucro para ter uma sobra para distribuir. Nunca acompanhei nenhuma licitação aqui em Patos, mas tenho amigos e parentes no ramo que contam histórias de licitações fraudadas que viram de perto, geralmente em muitos municípios do Estado e até de Estados vizinhos.
E não são apenas as licitações de medicamentos. São as licitações de manutenção de iluminação, de varrição e coleta de lixo, de fornecimento de veículos e máquinas, de venda de material gráfico e papelaria, de produtos para a merenda escolar, de material de construção. Afora é claro, as licitações para obras, terceirização de mão de obra, limpeza e conservação, vigilância. Segundo quem é do ramo, as licitações são o paraíso dos que querem enriquecer fácil. Por isso, não é de admirar que haja tanta disparidade entre uma licitação e outra.
Se a equipe de licitação de qualquer prefeitura, se limitar a cotejar os preços dos concorrentes, sem levantar os preços realmente praticados no mercado, a prefeitura termina jogando um bocado de dinheiro fora. O PROCON podia fazer um exercício comparando os preços das licitações com os preços praticados no mercado. Quem aqui acolá faz estas comparações é o Ministério Público e muita gente tem se dado mal por isto. (LGLM)