(Airton Alves, no Patos Online)
As obras de construção do Teatro Ernani Sátyro, na cidade de Patos, foram iniciadas em 2013 com previsão de conclusão para o final de 2015, na gestão da então prefeita Francisca Motta, na época PMDB. Há cinco anos que a população patoense espera pela sua conclusão.
Nesta sexta-feira (20), o Procurador Estadual de Sergipe, o patoense Carlos Antônio Araújo Monteiro, reuniu um grupo de amigos e amigas em frente às obras do teatro, onde funcionou a Secretaria Municipal de Educação e a Praça da Pelota, na Rua Felizardo Leite, no centro da cidade, para lançar uma Carta Aberta aos gestores e autoridades públicas pela conclusão célere do equipamento cultural.
“O teatro, nós temos o registro, que completamos cinco anos de obra inacabada. Toda obra inacabada, ela tem um prejuízo, praticamente, o dobro para o poder público. Além de representar um prejuízo às contas do poder público, representa um prejuízo a sociedade e a economia local. Patos precisa, urgentemente, as autoridades ajudarem para concluir esse teatro”, disse Carlos Monteiro.
As obras de construção do Teatro Ernani Sátyro estão 66% concluídas. O dado foi repassado pelo secretário de Infraestrutura do município, Nilton Domiciano, durante entrevista ao programa Espinharas Notícias, na Rádio Espinharas FM 105.1, nesta sexta.
Ainda de acordo com o secretário, esse primeiro convênio de construção do Teatro, o valor foi de R$ 3.148.129,23 (três milhões cento e quarenta e oito mil cento e vinte e nove reais e vinte e três centavos) por meio de emendas parlamentares do deputado federal Hugo Motta no valor de R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) do então senador Vital do Rêgo, de R$ 1.000.000,00 (hum milhão de reais). A contrapartida da Prefeitura de Patos é de R$ 238.412,03 (duzentos e trinta e oito mil quatrocentos e doze reais e três centavos) ao longo da execução da obra.
O teatro, que será o primeiro da cidade, contará com 540 poltronas, espaços para exposições de obras de artes, salas de oficina e área externa para estacionamento.
Comentário nosso – As obras do nosso tão necessário e tão esperado Teatro Municipal enfrentam problemas desde a sua concepção. O local de sua construção foi muito mal escolhido. Tem a única vantagem de ser na zona central da cidade. Mas tem por outro lado, o inconveniente de ficar entre duas ruas estreitas e duas ruas de trânsito intenso, o que vai tornar quase impossível a demanda por estacionamento dos pretensos frequentadores daquele ambiente. O projeto foi bem elaborado, mas a localização é péssima. Parece que a decisão da localização foi tomada por que iam aproveitar um terreno público, embora para isso tivessem que destruir um prédio de grande utilidade até a sua desocupação. Depois, não se sabe como se gastou todas as verbas destinadas para a construção e ainda falta, segundo Secretário de Infra-estrutura, Dr. Nilton Domiciano, um terço da construção. E ainda vai demandar dinheiro para a que o teatro esteja com as instalações necessárias para seu funcionamento definitivo. Mas de onde tirar dinheiro, num governo federal que não vem tendo dinheiro para as universidades, para os hospitais, para a conclusão da Transposição, entre outras obras e serviços importantes. Embora pareça que não faltem recursos para financiar as campanhas políticas do ano que vem. Talvez as obras do Teatro ocupem mais administrações do que a Ponte do Juá Doce. A intenção dos que se mobilizaram esta semana é das mais louváveis. Mas parece que a sina do Teatro é continuar inacabado por muitos anos. Para azar da cultura da cidade. Poderíamos ter nele, além do Teatro, quem sabe um museu e um Salão de Exposições as mais diversas. Uma comissão se formou esta semana para tentar abraçar o teatro em defesa da sua conclusão. Os defensores da obra, apesar do entusiasmo, foram insuficientes para o abraço, mas afinal o problema do teatro talvez tenha sido justamente a ganância, não das comissões, mas a ganância pelas “comissões”. (LGLM)