(Angélica Nunes e Laerte Cerqueira)
A vinda do paraibano Marcelo Queiroga à sua terra natal, com o status de ministro da Saúde e porta-voz do presidente Bolsonaro, encheu de expectativa a população que esperava soluções para o problema da pandemia da covid-19, em especial de vacinas da coronavac/Butantan. Na passagem pela Grande João Pessoa nesta sexta-feira (17), no entanto, restou discursos com análise óbvias, promessas e nada de muito concreto, principalmente sobre a remessa de mais insumos.
O governador João Azevêdo (Cidadania), que correu para recebê-lo no Hospital Metropolitano de Santa Rita assim que o ministro desembarcou no estado, horas depois teve compromisso oficial no Palácio da Redenção. Lá, ele pediu a substituição de 40 mil doses da AstraZeneca por doses da Coronavac, destinadas à segunda aplicação da vacina. A mesma demanda também foi cobrada ontem em conjunto pelos Ministérios Públicos Federal, Estadual e do Trabalho.
Em resposta, Queiroga apenas se comprometeu a analisar as demandas apresentadas e destacou a importância da união de todos para vencer a pandemia da Covid-19. “Temos nos empenhado muito em oferecer a estrutura necessária para estados e municípios. Um grande desafio é a campanha de vacinação. Estamos trabalhando para agilizar a produção nacional, buscar insumos no mercado internacional e na compra de vacinas prontas. Serão 15,5 milhões de doses nos próximos meses”, prometeu.
Sem vacina
O ministro admitiu que o Brasil hoje utiliza menos da metade de sua capacidade diária de vacinação contra a Covid-19. Segundo ele, o país está conseguindo imunizar quase um milhão de brasileiros por dia, mas que a capacidade nacional seria de 2,4 milhões por dia.
Os dados reais, no entanto, revelam o oposto: desde 17 de janeiro deste ano, segundo levantamento da BBC, o Brasil só superou três vezes a marca de 1 milhão de vacinados em 24h.