Semipresidencialismo ganha defesa enfática de Barroso, Gilmar e Temer

By | 07/08/2021 9:58 am

(Alberto Bombig e Matheus Lara, no Estadão, 07/08/2021)

Principais entusiastas do semipresidencialismo no País, Michel TemerGilmar Mendes e Luís Roberto Barroso fizeram a mais enfática defesa até aqui desse modo de organização da estrutura política e alertaram: a atual crise não é  pontual e, portanto, poderá se repetir se as discussões em torno do nosso  sistema  de governo não forem aprofundadas agora.

“É preciso pensar saídas”, disse Gilmar. “O hiperpresidencialismo latino-americano é uma usina de problemas”, afirmou Barroso. “O presidencialismo brasileiro está roto e esfarrapado”, disse Temer.

Juntos. Reunidos por RenovaBR, Comunitas e Insper, em São Paulo, eles defenderam a adoção do semipresidencialismo como forma de evitar os traumas e solavancos provocados pelos pedidos e processos de impeachment. “Geram instabilidade política”, disse o ex-presidente Michel Temer.

Contraponto. A voz dissonante no encontro foi a do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Segundo ele, o Brasil, com exceção do PT, não tem partidos políticos estruturados para dar suporte ao modelo semipresidencialista. “Eles são muito frágeis”, disse.

Modelo. Em linhas gerais, no semipresidencialismo defendido por Temer, Gilmar e Barroso, o presidente, eleito pelo voto, mantém funções importantes, mas escolhe, com o Parlamento, uma espécie de primeiro-ministro para tocar o dia a dia do governo.

Calma. O modelo entraria em vigor a partir de 2026, após ampla discussão no Congresso e na sociedade civil. “Não pode ser de cima para baixo, nem para 2022”, disse Barroso.

Simples. De acordo com Barroso, o atual presidencialismo latino-americano ou gera “tentações autoritárias”, ou torna o mandatário refém do fisiologismo.

Fiado. Do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) sobre Paulo Guedes: “O ministro está pensando que já é 11 de agosto,  o dia do pendura. Não quer pagar quando puder, quer pagar quando quiser. Mas os precatórios estão no Orçamento”.

Xeque. A decisão de levar ao plenário o “voto auditável” mostra que Arthur Lira (PP-AL) continua sendo um exímio jogador do chamado “xadrez político”.

Xeque 2. Além de satisfazer um desejo de Jair Bolsonaro, padrinho da eleição dele a presidente da Câmara, a medida de Lira, um tanto personalista, também foi entendida como recado.

Xeque 3. Uma vez derrotado o voto impresso, Lira não participará do jogo de ameaças de Bolsonaro ao STF, como mostrou a Coluna desta sexta-feira, 6.

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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