Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Ou seja, se não forma uma equipe forte de Progressistas (de aliados nas prefeituras e parlamento) que defenda não só ele, mas o governo no qual ele quer fazer parte, como exigir o mesmo? Esse é o argumento de alguns governistas que problematizam a estratégia de Aguinaldo.
Por outro lado, vale fazer um registro: quem entraria numa disputa no risco? Quem entraria sem a garantia do apoio pessoal e coletivo das principais lideranças comandadas pelo governador?
E mais: você arriscaria seu mandato de deputado federal sem ter a certeza de que o líder maior (nesse caso João Azevêdo) usará todos os argumentos “político-administrativos” para garantir apoio de seus aliados ao candidato da chapa?
A maioria quase absoluta dirá que não.
Damos como exemplo o caso de Adriano Galdino (Republicanos). Ele quer ser vice de João, mas já declarou apoio a Efraim (UB), pré-candidato ao Senado pela oposição. Tem lógica? Com Morais na oposição? Não. Quando estava na fase de disputa, tudo bem. Mas agora, não.
Como nome forte da base, o presidente da Assembleia Legislativa tinha que, em tese, estar em integral sintonia com escolha do governador.
Como entrar numa salada mista, nesse poliamor, sem garantia de fidelidade revertida em votos? Nem o estratégico e experiente Aguinaldo entraria nessa.
E está certo em ganhar tempo e encontrar um caminho extra. Tem todo motivo de não entrar, agora. Sem mais certezas.
Para não ficar em um único exemplo, poderíamos falar sobre o caso Wilson Santiago (pai), Ricardo Barbosa (PSB), Murilo Galdino (Republicanos) e o próprio Hugo Motta (Republicanos). São vários nomes.
Independentemente das preferências, das relações de amizade, essas figuras de proa da base já entram na disputa dizendo que vão fazer gol contra a chapa governista, caso Efraim não estivesse nela.
Não está e farão gol contra?
Por isso, nesse ponto, o deputado Aguinaldo Ribeiro está fazendo o que todos fariam para evitar trocar o certo pelo duvidoso.
Não se engane. Mesmo anunciado como pré-candidato ao Senado na chapa do governo, AR vai manter suas bases.
Até lá cobrará e tentará reverter na base governista apoios empenhados a outros nomes.
E, se não obtiver sucesso, fará o que todos fariam: dará o passo definitivo da segurança política. Nobinho, prefeito de Esperança e até pré-candidato a deputado, é um dos que desconfia desse recuo e desistiu da disputa à Câmara Federal.
Efraim
Efraim sabe que, nesse movimento, após mudança de rumo, poderá perder alguns apoios que conseguiu na fase preliminar, de conquista de espaço na chapa governista.
Mas sabe também que ao lado de Pedro terá um grupo que vai compensar essas perdas.
No caso dele, “as bases” distribuídas podem mudar de mão. Isso, em tese.
Efraim foi ousado ao “distribuir” seus votos. Vai para o risco com uma estratégia diferente: espera fidelidade de um lado (dos “amigos” governistas) e adesões de um novo grupo, o da oposição.
Risco é risco, mas sem boa base pra se apostar, ninguém vai. Ainda mais se for pra ficar sem mandato. Efraim teve coragem. E Aguinaldo? Vamos esperar.