O Matadouro Municipal de Patos, um dos maiores do sertão paraibano, foi fechado por determinação judicial desde o dia 02 de abril de 2022. O pedido de interdição partiu do Ministério Público Estadual (MPE) que exige adequações e melhorias no local. Diante do fato, mais de 50 trabalhadores que trabalham no órgão estão prejudicados, além de comerciantes e da própria população.
Na manhã deste sábado, dia 16, a reportagem do Polémica Patos recebeu informações de que alguns animais estão sendo abatidos de forma clandestina nas imediações da cidade de Patos. São bovinos, caprinos e suínos abatidos de forma precária em locais inapropriados.
Vários comerciantes estão tendo que pagar para abater os animais em outras cidades da região de Patos e até em localidades mais distantes, porém, os relatos são de que nem todos estão tomando tal atitude diante dos gastos e por outros fatores.
A Prefeitura Municipal de Patos, através da Secretaria de Agricultura do Município, está realizando as adequações exigidas pelo MPE na ação movida no poder judiciário. A Procuradoria do Município já recorreu da decisão da interdição, porém, até o momento, não obteve um resultado favorável para a reabertura do órgão.
Nossa opinião
A população está pagando pelas más escolhas que faz. O Matadouro é mal administrado, para atender aos interesses escusos de determinados comerciantes de carne que vendem carne congelada e que concorrem com os pequenos comerciantes que vendem carne do gado da região. Aos grandes comerciantes não interessa o bom funcionamento do Matadouro e riem à toa com a sua interdição. A administração tenta driblar as orientações do Ministério Público para atender aos interesses dos grandes comerciantes. A precariedade do funcionamento do Matadouro há muito tempo vem sendo denunciada pela imprensa, abastecida com denúncias dos pequenos comerciantes prejudicados pelo desleixo administrativo, tanto no Matadouro como no Mercado da Carne. A Justiça faz muito bem em determinar e manter a interdição, só assim a administração municipal toma as providencias há muito tempo reclamadas pelos pequenos comerciantes, marchantes, pequenos criadores da região e trabalhadores do Matadouro. Se a Justiça relaxar a interdição, apesar dos problemas que estão ocorrendo por conta da interdição, estará concorrendo para o desleixo da administração que só funciona a “bico de ferrão”. A interdição só deve ser levantada quando as providências exigidas pelo Ministério Público forem cumpridas. Inclusive a nosso ver, a Justiça deveria determinar uma multa diária pelo período em que o Matadouro deixasse de funcionar por inércia e inépcia da administração municipal. (LGLM)