Homem ao mar!

By | 11/05/2022 5:58 pm

Assim como Bento Albuquerque diz ‘não’ ao ‘centrãoduto’, os generais deveriam dizer ‘nunca’ aos ataques ao TSE e às eleições

(Eliane Cantanhêde, Comentarista da Rádio Eldorado, Rádio Jornal (PE) e do telejornal GloboNews em Pauta)

Foto do autor: Eliane Cantanhêde

Ao demitir o almirante Bento Albuquerque do Ministério de Minas e Energia, o presidente da República deixa uma dúvida no ar, na terra e no mar: até quando a cúpula das Forças Armadas vai aceitar desaforos e se render aos caprichos ideológicos e interesses eleitorais do capitão insubordinado Jair Bolsonaro?

O presidente já demitiu os generais Fernando Azevedo e SilvaEdson PujolJoaquim Silva e LunaCarlos Alberto Santos Cruz e Otávio Rego Barros, entre outros, enquanto se agarra ao general Intendente Eduardo Pazuello, aquele do “um manda, o outro obedece”, e manipula escancaradamente o Ministério da Defesa.

Bolsonaro e a cúpula das Forças Armadas, em reunião no Ministério da Defesa no último dia 3.

Bolsonaro e a cúpula das Forças Armadas, em reunião no Ministério da Defesa no último dia 3.  Foto: Twitter/@DefesaGovBr

De quebra, Bolsonaro também demitiu os comandantes da Marinha, almirante de esquadra Ilques Barbosa, e da Aeronáutica, brigadeiro-do-ar Antônio Carlos Bermudez. Entre generais, almirante e brigadeiros demitidos, estamos falando da elite militar, os mais respeitados, mais preparados. É o caso de Bento Albuquerque.

O consolo é que foram jogados pela janela, por terra ou ao mar não por seus defeitos, mas por suas qualidades, por estarem do lado certo da história, contra atos golpistas, conspirações, interferência dos filhos na gestão pública, ingerência política na Petrobras e, agora, também pela recusa de endossar o mais novo jabuti eleitoral.

Vamos a esse jabuti, descoberto pelo repórter André Borges, do nosso Estadão: a articulação do Centrão, com aval do Planalto, para despejar a bagatela de R$ 100 bilhões (R$ 100 bi!) de verbas públicas num projeto de construção de gasodutos do “Rei do Gás”, o empresário Carlos Suarez, o S da empreiteira OAS.

Depois do petrolão do PT, chegamos ao ‘centrãoduto’ da era Bolsonaro. O almirante Bento Albuquerque está fora, assim como os generais da Defesa deveriam pular rapidamente do barco de ataques ao TSE, às urnas eletrônicas e às eleições, acabando com as marolas e a espuma sobre golpes. A história está de olho, os Estados Unidos e as democracias mundo afora, também.

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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