Datafolha: Reprovação ao governo Bolsonaro vai a 48%; aprovação é de 27%

By | 27/05/2022 6:53 am

Taxa dos que acham governo ruim ou péssimo era de 46% em março, segundo instituto

 

A avaliação negativa do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) atingiu 48% conforme a nova pesquisa Datafolha, oscilando dentro da margem de erro na comparação com a anterior, de março, quando o índice dos que consideram a gestão ruim ou péssima foi de 46%.

Também se mantiveram estáveis as taxas dos que consideram o governo regular (27%, ante 28% em março) e dos que o avaliam como ótimo ou bom (25% em ambos os levantamentos). A fatia de 1% que não opinou foi idêntica.

Com os resultados, Bolsonaro continua no posto de presidente com a pior avaliação em igual tempo de mandato entre todos os presidentes eleitos após a redemocratização do país.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) durante cerimônia no Palácio do Planalto – Adriano Machado – 24.mai.22/Reuters

O desempenho ajuda a explicar a inédita dificuldade de um mandatário em busca da reeleição em conseguir a dianteira na corrida eleitoral. A mesma pesquisa mostra que Bolsonaro tem 27% de intenções de voto e fica em segundo lugar, bem atrás dos 48% do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A pior taxa de avaliação positiva do governo Bolsonaro foi registrada em dezembro de 2021, quando bateu os 53%. Já a melhor se deu em dezembro de 2020, quando ficou em 37%.

Os atuais 48% são registrados em meio à corrosão da situação econômica, com a disparada de preços de combustíveis e o retorno da inflação —no acumulado em 12 meses até abril, o IPCA ficou em 12,13%, maior nível desde outubro de 2003 (13,98%).

Na comparação com outros presidentes no mesmo período de mandato, na série histórica do Datafolha, Bolsonaro fica atrás do tucano Fernando Henrique Cardoso, que registrava 24% de reprovação a essa altura de sua primeira passagem pelo Planalto, de Lula (22%) e da petista Dilma Rousseff (26%).

O ex-presidente José Sarney (MDB) atingiu 62% de avaliação ruim ou péssima, mas a pesquisa da época foi realizada em dez capitais. Posteriormente, os levantamentos aumentaram sua abrangência territorial.

As curvas da reprovação a Bolsonaro acompanham, de modo geral, suas tendências de maior rejeição e de menor probabilidade de voto no pleito de outubro.

A taxa dos que consideram sua gestão ruim ou péssima é numericamente maior entre as mulheres (51%) do que entre os homens (45%) e atinge seus patamares mais elevados entre moradores do Nordeste (55%), funcionários públicos (61%), brasileiros com ensino superior (54%) e eleitores de Lula (73%).

Já os percentuais de bom ou ótimo são superiores entre estratos como o dos evangélicos (35%) —cada vez mais um dos bastiões da popularidade presidencial— e o dos empresários (48%). Também é nítida a preferência dos mais ricos: entre quem tem renda familiar de cinco a dez salários, a taxa de aprovação bate 35% e salta para 45% na faixa acima dos dez salários.

Entre os que pretendem votar em Bolsonaro, como esperado, a percepção de que ele faz um governo ótimo ou bom é recorde, na casa dos 72%. Os que consideram a gestão regular são 27%, e 1% a reprova.

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A pesquisa Datafolha mostrou ainda o impacto limitado do Auxílio Brasil, visto pelo entorno do presidente como uma arma para aumentar sua popularidade e, consequentemente, suas chances de se reeleger.

Entre pessoas que recebem o auxílio ou moram com beneficiários do programa, a aprovação do governo fica em 19%, abaixo da média geral. A reprovação dentro desse grupo é de 45% e a nota regular é de 34%.

Já na parcela que não tem acesso ao auxílio, as taxas são bem próximas ao resultado na população geral: 49% de ruim ou péssimo, 27% de ótimo ou bom e 24% de regular.

A comparação entre a pesquisa deste mês e a de março demonstra uma variação sensível na taxa de reprovação entre pessoas de 45 a 59 anos, com um salto de 43% para 50%, e na faixa dos que têm renda familiar entre dois e cinco salários mínimos, de 40% para 49%.

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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