Alta de casos de Covid faz municípios como Araraquara e São José do Rio Preto irem além da recomendação do governo estadual
Seguindo a orientação do estado, a recomendação do uso de máscara em locais fechados foi divulgada em Monguaguá e Peruíbe, no litoral, em Adolfo, Araçatuba, Ariranha, Bálsamo, Bady Bassitt, Cedral, Icém, José Bonifácio, Queiroz, Rio Claro, Tabapuã e Tanabi, no interior.
Já em Araraquara e São José do Rio Preto, a volta da máscara é obrigatória em qualquer local fechado ou de aglomeração. Araraquara, que saltou de 1.573 casos em abril para 7.865 casos em maio (alta de 400%), inclusive, previu multa de até R$ 6.029 para quem descumprir a medida —a cidade teve sete mortes por Covid em maio e nenhuma em abril.
São José do Rio Preto estendeu o uso do acessório para locais como escolas, igrejas e supermercados e retomou a obrigatoriedade do oferecimento de álcool em gel em ambientes internos com base na sobrecarga de casos na última quinzena de maio. Foram 3.733 contaminados pela doença em 13 dias.
Em Campinas, a máscara retornou ao dia a dia também em escolas públicas e particulares em ambientes fechados e asilos.
Atualmente, o decreto estadual 66.577 e a resolução SS-96 determinam que em todas as cidades paulistas é obrigatório o uso de máscara em transporte público (incluindo áreas de embarque e desembarque) e locais de prestação de serviço de saúde (como farmácias e hospitais), bem como por pessoas com sintomas de doença respiratória.
Segundo David Uip, secretário de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde do Estado, os casos notificados de Covi-19 subiram 80% em maio em relação ao mês anterior e as internações, 40%. “E seguramente este número é maior, porque tem quem não apresenta sintomas e [agora usa] o autoteste, que não está sendo notificado. Muita gente faz e não comunica. Vamos sugerir ao Ministério da Saúde essa comunicação, que não é simples e não pode ser só uma decisão do cidadão”, disse o secretário.
Uip declarou ainda que o autoteste foi um avanço e que o conselho gestor da secretaria discute as possíveis formas de comunicação dos casos positivos feitos pelos indivíduos.
Outros fatores, como o atraso para se completar o esquema vacinal, também preocupam. “Houve um amolecimento. As pessoas se sentiram seguras e, além de quem já não queria se vacinar, há quem ainda não tomou a terceira e a quarta dose”, disse Uip.
Águas da Prata, na região de Araraquara, havia decretado a volta da máscara na última sexta-feira (27), mas voltou atrás e revogou o decreto, publicando em seguida um outro no qual apenas recomendava o uso do item e “para aqueles que assim se sentirem seguros.”