Resultado é um balde de água fria para bolsonaristas dada a expectativa gerada com a injeção bilionária de recursos públicos via benefícios sociais
A pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira era esperada no meio político como uma espécie de prova real. Na semana passada, um levantamento da Genial/Quaest mostrou Jair Bolsonaro tecnicamente empatado com Lula em São Paulo, o que colocou petistas em alerta. Havia Bolsonaro subido mais rápido do que se imaginava?
Primeiro foi a do Ipec, na segunda-feira, mostrando Bolsonaro 12 pontos atrás de Lula, o que foi frustrante para aliados do presidente, dada a expectativa gerada com a injeção bilionária de recursos públicos via benefícios sociais e a redução do preço dos combustíveis. Lula apareceu com ampla vantagem em São Paulo, de 10 pontos, no maior colégio eleitoral do país. Em Minas, a segunda praça mais importante, Lula a vantagem era de 13 pontos.
A pesquisa Datafolha desta quinta-feira chega para confirmar a avaliação de que Bolsonaro avança, porém mais lentamente do que gostariam seus aliados, para alívio de petistas.
Ele ganhou três pontos desde o último levantamento do instituto, em julho, mas Lula está 15 pontos à frente, com 47% das intenções de voto. Com este resultado, segue vivo um cenário de até uma possível vitória do petista no primeiro turno, o que chegou a ser considerado inviável há uma semana.
É verdade que Bolsonaro avançou em alguns segmentos importantes, como na chamada classe C (com renda familiar entre 2 e 5 salários mínimos) – ele ganhou sete pontos neste grupo e tem 41% contra 38% de Lula.
Mas o resultado é um balde de água fria para bolsonaristas que esperavam chegar ao início da temporada de programas eleitorais, na próxima semana, com uma disputa mais equilibrada. Lula terá vantagem em número de aparições na TV.
A seu favor, Bolsonaro conta apenas com o tema predominante neste início de campanha. Ao invés de tratar de corrupção ou dos problemas na economia, tanto o presidente quanto o rival abriram os trabalhos focando atenções no público evangélico, grupo que o Datafolha confirma que segue mais bolsonarista do que nunca.