Pesquisa Ipec confirma que, se tivermos 2º turno, a vaga disponível é de Bolsonaro; leia análise

By | 06/09/2022 6:42 am

Tudo que o presidente poderia fazer para subir nas pesquisas, ele fez; fato novo pode ser o 7 de Setembro

(João Villaverde, Professor e Doutorando Em Administração Pública e Governo na FGV-SP, no Estadão, em

A revelação mais importante que a pesquisa Ipec traz é que nenhuma das táticas adotadas por Jair Bolsonaro foi suficiente para alterar sensivelmente sua alta rejeição e sua baixa intenção de voto. Entre todos os presidentes que buscaram a reeleição desde 1998, Bolsonaro é o que detém os piores indicadores.

Tudo o que Bolsonaro poderia — e o que não poderia — fazer para subir nas pesquisas, ele fez. Driblou a Lei Eleitoral e o teto de gastos para criar diversos auxílios financeiros. Participou de algumas sabatinas e do primeiro debate presidencial. Nada disso, demonstram os eleitores ouvidos pelo Ipec, fez Bolsonaro sair do lugar: está com 31%. Também não alterou sua elevada rejeição, de quase 60%.

O último movimento relevante do presidente em todo o ano ocorreu quando engoliu integralmente os votos que antes estavam na candidatura proto-bolsonarista de Sergio Moro, seu ex-funcionário. Isso ocorreu em maio. De lá para cá, nada mudou para Bolsonaro.

Jair Bolsonaro discursa no evento Mulheres pela Vida e Família em Novo Hamburgo (RS)
Jair Bolsonaro discursa no evento Mulheres pela Vida e Família em Novo Hamburgo (RS)  Foto: Sílvio Ávila/AFP – 03/09/2022

Dado que insistir nas mesmas táticas – legais ou ilegais – tende a não dar resultado, só resta ao presidente da República criar algum fato novo, seja com as manifestações para o 7 de Setembro, beirando golpismo institucional, seja com alguma confusão na semana final do mês. Tudo é possível.

A liderança eleitoral do ex-presidente Lula, que continua a ter porcentuais próximos a de uma vitória em primeiro turno, não foi abalada por qualquer movimentação nas últimas semanas. Resta claro que se tivermos segundo turno presidencial, a única vaga realmente disponível é a de Bolsonaro.

O desempenho vistoso da senadora Simone Tebet nas sabatinas e no debate presidencial, aliado a competente campanha oficial em rádio e TV, tem gerado tração no eleitorado: a candidata era a menos conhecida do público quando tudo começou. Nas últimas semanas ela saiu, pelo Ipec, de 2% para 4%.

Ciro Gomes tem norteado sua campanha numa equivalência entre diferentes, Lula e Bolsonaro. O eleitorado, sabendo que eles não são idênticos, tem mantido Ciro relativamente estável em um distante terceiro lugar, com 8%. É sintomático.

A ver como se comportará Bolsonaro em mais uma tentativa de usar o feriado nacional para seus interesses escusos. Mais que isso: veremos como o eleitorado reagirá a mais uma demonstração de radicalidade de um presidente fortemente rejeitado pelo público.

 

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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