Na margem de erro

By | 30/09/2022 3:28 pm

Com estabilidade na corrida ao Planalto, suspense quanto a 2º turno se mantém

 

Em montagem, os presidenciáveis Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) – Miguel Schincariol/AFP e Zanone Fraissat/Folhapress

A nova pesquisa Datafolha sobre a corrida presidencial reafirma o cenário de estabilidade que, para a ansiedade das principais forças políticas envolvidas na disputa, observou-se nos levantamentos anteriores. O instituto ainda divulgará novos dados no sábado (1º), véspera do primeiro turno de votação.

Levando-se em conta os votos válidos, critério utilizado na totalização do Tribunal Superior Eleitoral, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alcança 50% das intenções, enquanto seu principal adversário, o presidente Jair Bolsonaro (PL), tem 36%. Ciro Gomes (PDT), com 6%, e Simone Tebet (MDB), com 5%, empatam em terceiro.

O resultado permanece inconclusivo quanto à perspectiva de uma vitória do petista já neste domingo, ainda mais considerando-se a margem de erro de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.

Caso o embate se transfira para o segundo turno, o Datafolha volta a mostrar vantagem para o ex-presidente, que tem hoje 54% das intenções, ante 39% de seu rival.

A pesquisa mais uma vez mostra forte rejeição dos eleitores a Bolsonaro, obstáculo que o mandatário não consegue superar. Enquanto 39% dizem que não votariam de jeito nenhum em Lula, seu maior oponente é rechaçado por 52%.

No que tange às tendências regionais, o petista segue com larga vantagem no Nordeste, onde marca 66% dos votos válidos, contra 23% do presidente. Lula também vence no Sudeste, o maior colégio eleitoral, por 45% a 38%, e surge à frente, na margem de erro, no Norte (45% a 42%). Bolsonaro tem vantagem numérica no Sul (46% a 41%) e no Centro-Oeste (45% a 41%).

A avaliação do governo federal também permanece estacionada em patamar desconfortável para o incumbente, a despeito do aumento promovido no Auxílio Brasil e da intervenção nos preços de combustíveis e energia elétrica. São 31% os que consideram a gestão ótima ou boa, enquanto 44% a tacham de péssima ou ruim.

Trata-se de impopularidade elevada para uma disputa à reeleição, mas a fatia dos satisfeitos é grande o bastante para manter a chance do mandatário de chegar a um segundo turno e tentar virar o jogo. Num cenário tão incerto, abstenções e eventuais opções pelo voto útil podem ser decisivas.

Em qualquer hipótese, Bolsonaro tem diante de si uma tarefa inglória, a julgar pelo seu insucesso em reduzir a rejeição a seu nome e em explorar os pontos potencialmente vulneráveis de seu adversário.

editoriais@grupofolha.com.br

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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