FHC declara voto em Lula no 2º turno; Temer decide apoiar Bolsonaro (seguido de comentário nosso)

By | 06/10/2022 6:52 am

Manifestação do tucano ocorre no dia seguinte ao anúncio de apoio do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), a Bolsonaro; ex-presidente aderiu à campanha do atual chefe do Executivo pouco após MDB liberar seus filiados para apoiar quem quisessem

A publicação de FHC, presidente de honra do PSDB, é acompanhada de duas fotos do tucano com o petista, uma antiga e uma atual.

Ex-presidente anunciou apoio a Lula contra Jair Bolsonaro.
Ex-presidente anunciou apoio a Lula contra Jair Bolsonaro. Foto: JF Diorio/Estadão

O anúncio oficial de Temer, que está fora do País, será feito nos próximos dias, depois de uma conversa onde serão alinhados pontos “programáticos” entre o emedebista e Bolsonaro.

Ainda nesta quarta-feira pela manhã, o governador reeleito do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), também aderiu à campanha do atual presidente. Dentro do MDB, a postura de Temer é praticamente um contraponto à decisão da senadora Simone Tebet, quevai formalizar o apoio a Lula na tarde desta quarta-feira, 5. Terceira colocada na corrida presidencial, ela obteve cerca de 5 milhões de votos.

PSDB dividido

Às vésperas do primeiro turno, o ex-presidente lançou nota recomendando o voto em quem defendia “a democracia e o combate à pobreza e a desigualdade social”. Naquela ocasião, ele não citou o petista nominalmente, mas indiretamente criticava Bolsonaro. A candidata oficialmente apoiada pelo PSDB na primeira rodada do pleito era a senadora Simone Tebet (MDB).

A declaração de Fernando Henrique Cardoso ocorre um dia após o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), anunciar apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL). O acordo foi mal recebido pelo partido e criticado por tucanos históricos, como Aloysio Nunes. A legenda liberou os diretórios estaduais para apoiarem qualquer um dos candidatos à sucessão presidencial.

Lula agradeceu rapidamente FHC, também pelas redes sociais. “Obrigado pelo apoio, FHC. Vamos juntos pela democracia. Um grande abraço!”, escreveu. Em seguida, compartilhou a publicação do tucano e agradeceu pelo “voto e confiança”. “O Brasil precisa de diálogo e de paz”, disse.

A manifestação do ex-presidente é uma “trégua” da rivalidade histórica entre PT e PSDB. Antes de Jair Bolsonaro (PL), ambos os partidos protagonizavam a polarização política no País. Lula disputou eleições contra FHC em 1994 e 1998. Depois, o petista disputou contra os tucanos José Serra, em 2002, e Geraldo Alckmin, seu atual candidato a vice, em 2006. Em seguida, a ex-presidente Dilma Roussefffoi a segundo turno contra José Serra, em 2010, e Aécio Neves, em 2014.

Outros quadros históricos do PSDB declararam voto em Lula nestas eleições. O senador José Serra (SP) foi às redes nesta terça-feira, 4, anunciar que vota no petista “diante das alternativas postas” no plano nacional, embora apoie o candidato de Bolsonaro, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para o governo de São Paulo. O ex-ministro Aloysio Nunes declarou voto no candidato do PT já no primeiro turno, argumentando que a eleição de Lula seria um “antídoto” contra o discurso do presidente da República contra as urnas eletrônicas.

Lula também recebeu o apoio do senador Tasso Jereissati (CE), ex-presidente do PSDB. O parlamentar, que chegou a ser cotado para a vice na chapa de Simone Tebet, sempre deixou clara a sua oposição a Jair Bolsonaro. Para o segundo turno, ele se manifestou favorável à vitória do petista em razão da “democracia” e da “pacificação” do País, argumentou.

Comentário nosso

A declaração de apoio de Fernando Henrique Cardoso a Lula, a nosso ver é muito valiosa do que o pretenso apoio de Temer a Bolsonaro. FHC, ao lado de Lula, são os dois melhores presidentes que o Brasil teve nos últimos quarenta anos. Temer se junta a Collor entre os piores. Do ponto de vista dos trabalhadores, Temer foi uma calamidade, pois foi ele que começou o desmonte das garantias trabalhistas, posteriormente aprofundadas por Bolsonaro. Os direitos dos trabalhadores começaram a ser destruídos no governo Temer, tamvez por isso a sua proximidade com Bolsonaro que aprofundou o prejuízo para as classes trabalhadoras. (LGLM)

 

Comentário

Comentário

Category: Blog

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *