O que esperar de quase quinhentos picaretas que temos no Congresso Nacional? (seguido de comentário nosso)

By | 22/02/2023 7:45 pm

Deputados e senadores reeleitos recebem até R$ 79 mil de auxílio-mudança

Verba extra de auxílio-mudança para deputados e senadores eleitos e reeleitos ultrapassa R$ 40 milhões no início da atual legislatura.

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O Congresso Nacional está desembolsando mais de R$ 40 milhões a título de ‘ajuda de custo’ para a mudança dos parlamentares nesta virada de legislatura. Segundo reportagem da Folha de São Paulo, quase todos os 513 deputados e 27 senadores receberam a verba extra, prevista no decreto legislativo 172/2022, inclusive os da Paraíba.

O ‘auxílio-mudança’ é de R$ 39,5 mil (mesmo valor do subsídio mensal) e deve ser pago a quem encerrou o mandato em 31 de janeiro; para quem está chegando; e, também, acredite, para quem conseguiu ficar mais quatros anos no Congresso. Neste último caso, além de tecnicamente desnecessária, a ‘cortesia’ para os que permanecem é em dobro e chega a R$ 78,9 mil.

Segundo a Folha, cinco senadores e cerca de 280 deputados federais reeleitos receberam ou receberão duas cotas da verba para a mudança, uma pelo fim da legislatura passada e outra pelo início da atual.

Auxílio-mudança

Da bancada da Paraíba, sete parlamentares se reelegeram e tem o direito a recebê-la em dobro: Aguinaldo Ribeiro (PP), Damião Feliciano (União), Gervásio Maia (PSB), Hugo Motta (Republicanos), Ruy Carneiro (PSC), Wellington Roberto (PL) e Wilson Santiago (Republicanos). Além deles, também tem acesso em dobro ao auxílio Efraim Filho (União Brasil), que trocou a Câmara pelo Senado.

Dos reeleitos, Ruy Carneiro declarou ter recebido, mas doado a verba em prol do Hospital Napoleão Laureano. Segundo ele, o dinheiro foi usado para a compra de kits de corrida para 115 corredores de baixa renda pudessem participar da 2ª Corrida Contra o Câncer e outra parte serão utilizados para custear passagens e inscrições de dois lutadores de jiu-jitsu da Paraíba no Campeonato Brasileiro da modalidade.

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Dos que saíram, têm direito a receber a ajuda de custo a senadora Nilda Gondim (MDB), o deputado Julian Lemos (União Brasil), Frei Anastácio (PT) e Pedro Cunha Lima (PSDB). Dos novatos, recebem Cabo Gilberto (PL), Luiz Couto (PT), Mercinho Lucena (PP), Murilo Galdino (Republicanos) e Romero Rodrigues (PSC).

A Câmara disse à Folha que só após o pagamento da próxima terça-feira (28) terá um balanço sobre eventuais devoluções. O Senado afirmou que todos os senadores em fim e início de mandato receberam a verba, a exceção de Reguffe (DF), que renunciou ao benefício.

Penduricalhos

Curioso é que o ‘auxílio-mudança’ remonta ao fim do Estado Novo, quando a Constituição de 1946 estabeleceu uma ajuda de custo anual aos congressistas de todo o país em uma época em que o Rio de Janeiro era a capital federal e em que o transporte aéreo comercial ainda engatinhava.

Atualmente, esse tipo de benefício é uma regalia desproporcional para a realidade brasileira, já que os parlamentares têm direito a outras verbas extras como a cota parlamentar, que serve para bancara gastos com os deslocamentos à Brasília, hospedagem e alimentação, além de outros benefícios como o auxílio-moradia e a verba de gabinete.

Parlamentares recebem mensalmente R$ 249 mil, distribuído em várias modalidades de benefícios:

Subsídio – R$ 39.293,32

Verba de gabinete – R$ 118.376,13

Cota parlamentar (para reembolso de gastos com passagens aéreas, combustível, hospedagem e alimentação, entre outros) – R$ 47.826,36

Auxílio-moradia – R$ 4.253,00 (quando não ocupam um dos 432 apartamentos funcionais que a Câmara tem em Brasília)

Ajuda de custo – R$ 39.293,32

TOTAL: 249 mil

*com informações da Folha de São Paulo

Comentário nosso

Se eles gastam milhões para comprarem os votos com que se elegem, como vão recuperar o investimento a não ser tirando dos impostos suados que recolhemos? Cada parlamentar custa quase duzentos e cinquenta mil reais por mês, além destes 13º e 14º salários e outros penduricalhos que recebem de vez em quando. E se não prestaram a atenção na notícia, eles estão recebendo uma verba de mudança que só seria devida para quem não se reelegeu e vai embora de uma vez e para quem está assumindo agora. Mas os reeleitos, mesmo não fazendo mudança, recebem a verba de saída e a verba de chegada. (LGLM)

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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