Cassação de Dallagnol e prisão de Collor são sinal de alerta a torto e a direito

By | 21/05/2023 6:21 am

Independentemente do mérito e das discussões jurídicas, resultado político é claro: todo mundo está de cabelo em pé

 

(Coluna de Eliane Cantanhêde, em

 

Foto do autor: Eliane CantanhêdeA Justiça deu uma no cravo e outra na ferradura, mandando recados a torto e a direito, ou melhor, à esquerda e à direita, quando o TSE cassou por unanimidade o mandato do deputado e ex-procurador Deltan Dallagnol e, em seguida, a maioria do Supremo votou pela prisão do ex-presidente, ex-governador e ex-senador Fernando Collor.

Independentemente do mérito e das discussões jurídicas sobre as duas decisões, sobretudo a que atingiu Dallagnol, o resultado político é claro: todo mundo está de cabelo em pé, desde os líderes da Lava Jato, como Dallagnol, até os seus alvos, como Collor.

Quando Dallagnol foi cassado, inclusive com o voto do bolsonarista Nunes Marques, o foco desviou para Sérgio Moro, o juiz da Lava Jato que trocou a magistratura pelo Ministério da Justiça do governo Jair Bolsonaro, saiu batendo a porta e virou, simultaneamente, senador e alvo da própria Justiça.

Depois, porém, o foco abriu para todo lado, quem comemorou a cassação de Dallagnol viu que o pau que bate em Chico também bate em Francisco e uma dúvida voltou a assombrar deputados, senadores, governadores, prefeitos e, quem sabe, um ministro ou outro: qual será o próximo?

Até aqui, assistiu-se à luz do dia à cambalhota que transformou a Lava Jato em pó, seus heróis em réus, os alvos em vítimas e tenta reverter até os acordos de leniência, pelos quais empresas envolvidas em corrupção devolveram grandes somas aos cofres públicos.

Após o impeachment, há três décadas, por corrupção, Collor aguardou os anos de inelegibilidade, voltou como senador e ele e Lula, seu adversário de 1989, deixaram velhas pendengas para lá. No petrolão, Collor ganhou acesso político a uma subsidiária da Petrobras, envolveu-se num desvio de R$ 22 milhões (sem correção) e hoje está com um pé na cadeia. Quantos, como ele, acharam que estava tudo esquecido e agora descobrem que nem tanto?

Não está previsto, mas não é impossível que, se Moro entrou na mira, também podem voltar a ela petistas, tucanos, emedebistas, bolsonaristas e a turma do Centrão. PP, PL e PTB, por exemplo, têm tudo a ver com petrolão. E as CPIs do Golpe, do MST, das Americanas e do Futebol estão começando, misturando política, Justiça e polícia. Bem animado.

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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