Depois do Hospital Metropolitano de Santa Rita, PB Saúde vai administrar também o Hospital Edson Ramalho

By | 23/05/2023 7:00 pm

(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, publicado no Notícias da Manhã, da Espinharas FM, em 23/05/2023)

O serviço público nos três níveis, federal, estadual e municipal, se ressentia até 1988 de uma grande instabilidade. A cada mudança de governo mudava-se parte da máquina administrativa para atender aos interesses políticos de quem assumia o poder, principalmente quando era um novo grupo político. Desta maneira a maior parte das funções iam sendo assumidas por pessoas que muitas vezes não tinham o menor preparo para exercer o cargo que assumiam.

A Constituição de 1988, adotou o regime estatutário que passou a exigir o concurso público para qualquer cargo, com exceção dos cargos de confiança. Com isto a máquina administrativa passou a ter mais estabilidade. Aprovado num concurso o candidato, depois de um estágio probatório, passava a ser efetivo e só sairia por aposentadoria ou depois de um processo administrativo, se cometesse alguma irregularidade.

Esta estabilidade, entretanto, gerou aquilo que é o grande problema atual da administração pública. Grande parte dos funcionários, confiados no fato de que ninguém pode mexer com ele, passou a atender mal ou simplesmente não atender. E isto está provocando uma degeneração em grande parte do serviço público em todos os níveis.

Há atividades no serviço público em que esta estabilidade, assim como outras garantias, é imprescindível, sob pena de os profissionais não terem condições de exercer as suas funções. São as chamadas carreiras típicas de Estado: juízes, promotores, diplomatas, policiais e militares, auditores fiscais e outras semelhantes. Sem essas garantias constitucionais os servidores passariam a ser joguetes dos políticos, sujeitos a pressões que impediriam o pleno exercício de suas funções.

Por conta disso, surgiu a necessidade de uma flexibilização da estabilidade para os cargos em que esta estabilidade não é imprescindível. Cargos meramente administrativos ou outros que podem ser tratados como acontece na iniciativa privada, onde o trabalhador pode ser recrutado mediante concurso, ter garantias trabalhistas, mas não ter estabilidade e poder ser dispensado, quando não estiver mais preenchendo as finalidades para as quais foi recrutado.

Governo federal e estaduais já estão iniciando um processo neste sentido, contratando empresas para terceirização dos serviços ou criando empresas públicas, inicialmente nas áreas de saúde e educação onde hospitais estão sendo administrados por estas empresas.

Na área federal criou-se a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh)  que administra os hospitais universitários e na Paraíba foi criada a Fundação Paraibana de Gestão em Saúde (PB Saúde), que administra o Hospital Metropolitano de Santa Rita e agora vai administrar o Hospital Edson Ramalho.

Voltaremos ao assunto num próximo comentário.

 

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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