(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, publicado no Notícias da Manhã, da Espinharas FM, em 25/07/2023)
A semana passada o vereador Jamerson Ferreira criticou os gastos que a prefeitura de Patos faz com a varrição e a coleta do seu lixo. Segundo se informa o município de Patos gasta mais de oitocentos mil reais, todo mês com varrição, coleta de lixo e transporte de lixo para um aterro sanitário, salvo engano, no vizinho Estado de Pernambuco.
Um engenheiro contratado durante o governo de Ivanes Lacerda para avaliar quanto custaria a varrição da cidade e a coleta do lixo, estimou que o serviço custaria em torno de trezentos mil reais por mês.
Outro dia, um amigo me perguntou como a prefeitura pagava pela coleta de lixo? Respondi que acreditava que o pagamento se dava com base nas toneladas de lixo coletado. E aí ele me perguntou, onde este lixo era pesado e quem fiscalizava esta pesagem. Perguntas que eu não soube responder.
E agora uma pergunta que gostaria que a administração me respondesse. Por que a administração municipal de Patos não cria a sua própria empresa de limpeza pública, que cuidaria da varrição das ruas, da coleta do lixo domiciliar e do seu transporte para um aterro sanitário? Outra questão. Por que a prefeitura não constrói o seu próprio aterro sanitário, como muitos outros municípios têm feito? E que a empresa de limpeza teria aí mais uma receita, recebendo lixo das cidades vizinhas da grande Patos.
Aliás a cidade de Patos teria uma facilidade muito grande para montar a sua própria empresa de limpeza pública. Podia conseguir recursos federais para comprar carros de coleta de lixo, o equipamento mais importante de uma empresa de lixo, quando lembramos que a cidade de Pombal, com menos de um terço da população de Patos já teria adquirido com recursos federais o seu quinto caminhão de coleta. E por ironia, todos ou quase todos os veículos teriam sido adquiridos com recursos conseguidos por Hugo Motta, filho do nosso prefeito Nabor Wanderley. Por que Hugo não se interessa por conseguir recursos com a mesma destinação para a cidade de Patos?
Que vantagem existe para a cidade de Patos, em fazer um contrato com uma empresa de varrição e coleta de lixo, ao invés de montar a sua própria empresa de lixo? Dizem as más línguas que a história é muito mal contada, que há interesses escusos por trás das licitações e contratos com estas empresas que prestam serviço à prefeitura. Licitações e contratos de que se tem levantado suspeitas, não só aqui como em quase toda parte.
Seria interessante que a Câmara de Vereadores fizesse uma fiscalização e uma auditoria para verificar o que há por trás desses contratos de lixo. É uma prerrogativa dos vereadores, mas será que eles teriam coragem de fazê-lo?