Temos que livrar Patos da má-fama de cidade violenta!

By | 01/08/2023 6:00 am

(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, publicado no Notícias da Manhã, da Espinharas FM, em 01/08/2023)

A presença da cidade de Patos na lista das cidades mais violentas do Brasil é infamante para nossa cidade. Qual o cidadão que vai querer se mudar para uma cidade dessas num tempo em que todos procuram mais tranquilidade? Que empresa vai se instalar em Patos, quando a fama de violenta pode afastar seus futuros clientes?

A nossa ver, são dois os principais problemas que nos levam a este aumento de violência: o tráfico de drogas e as brigas de facções. E são problemas para cuja solução é imprescindível a colaboração da população para ajudar a polícia a debelá-los.

Claro que o tráfico e as facções não são problemas exclusivos de Patos. Mas o fato de ser uma cidade-polo contribui muito para atrair tanto um como outro. Ao tráfico por que a cidade passou a ser abastecedora de uma vasta região. Como se tornaram grandes traficantes, os chefes do tráfico passaram a deter grande poder de violência contra possíveis concorrentes e contra devedores inadimplentes. Por outro lado, o fato de sediar um presídio regional, faz com que a cidade passe a concentrar detentos de uma vasta região que junto com o tráfico, passam a manter uma vasta rede de membros de facções. E a violência se expande.

Você poderia dizer que tanto um como as outras são problemas de polícia. Realmente, são. Mas a polícia precisa da ajuda da população para se tornar mais ágil no combate a um e a outra. E a falta de ajuda da população pode servir de desculpa para a pouca eficiência da polícia. Quanto mais a população ajudar no combate a um e outra, mais poderá cobrar uma atividade mais efetiva da polícia.

Há quem diga que a polícia sabe onde ficam as bocas-de-fumo, quem são os traficantes e quem são os chefes e membros das facções e não age porque tem interesses escusos, porque alguns dos seus membros levam vantagem em se manter afastados dos criminosos, que eles conheceriam como muita gente conhece. E ninguém pode ser bobo de pensar que a população não conhece. Afinal, quem mora próximo a uma boca-de-fumo para não saber quem a comanda e quem a frequenta? Quem tem um vizinho que participa de uma facção e não sabe disso?

E há várias formas de a população ajudar no combate a estes fatores de violência. Há os telefones das polícias que você pode acionar sem precisar se identificar. Há as emissoras de rádio que abrem seus microfones para denúncias e que você pode utilizar. Há a possibilidade de escrever um bilhete com uma informação de quem anda armado e mandar deixar na portaria de uma emissora de rádio. Há a possibilidade de colocar um bilhete com uma informação na “caixa-das-almas” de alguma igreja e assim por diante. Pode ter também um amigo policial a quem passar a informação sem ser delatado por ele.

Se você quer livrar a nossa cidade da pecha de ser uma das cidades mais violentas do Brasil, você tem que dar a sua contribuição, denunciando qualquer coisa errada de que tomar conhecimento para que as polícias não tenham a desculpa de dizer que não agem porque a população não colabora. Se você não colabora pode amanhã ser vítima da violência que não teve a coragem de ajudar a combater.

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Category: Opinião

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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