Imagem de gestão implacável no combate ao crime organizado foi determinante para escolha do procurador-geral de Justiça de São Paulo
(Roseann Kennedy , na Coluna do Estadão, em 17/01/2024)
Nome respeitado pelo PT e por Lewandowski, Mariano é um sociólogo visto como excelente formulador de políticas públicas para a área da segurança. O diagnóstico da futura equipe do ministério, porém, é que o momento atual demanda alguém notadamente conhecido por seu pulso firme, uma imagem comum de integrantes do Ministério Público. Na Procuradoria, Sarrubbo, próximo ao ministro Alexandre de Moraes (STF), fortaleceu o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado.
Antes da decisão final do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que manteve o ministério da Justiça unificado, petistas diziam nos bastidores que Lewandowski era um bom nome para a pasta pelo trânsito entre os tribunais, mas não seria adequado para enfrentar a alta na criminalidade neste momento em que a segurança tomou o centro do debate político.
Mariano defende publicamente a criação de um ministério exclusivo para a segurança pública e critica a ação da polícia na Bahia, Estado comandado pelo PT que lidera a letalidade policial no País.
Durante a gestão de Flávio Dino, a secretaria nacional de Segurança Pública foi comandada pelo ex-deputado federal Tadeu Alencar (PSB), que teve uma gestão “apagada”, na avaliação do PT. O protagonismo na área ficou para o secretário executivo, Ricardo Cappelli, que será substituído pelo ex-secretário-geral do STF Manoel Carlos de Almeida Neto.
A confirmação de Sarrubbo na Secretaria de Segurança Publica causou insatisfação na equipe de Dino, porque Alencar soube de seu substituto pela imprensa. No entorno de Lewandowski, o mal estar é minimizado. A justificativa é que o ministro tem contato direto apenas com Dino e não poderia dar aviso prévio a ninguém, já que isso inauguraria a transição no ministério antes mesmo de sua confirmação à frente da pasta no Diário Oficial da União (DOU).
Comentário nosso
A escolha de cargos do segundo escalão do Ministério deve caber exclusivamente ao Ministro, serão ele vai virar uma rainha da Inglaterra, que reina mas não governa. Como um Ministro pode comandar um Ministério se não tem direito de escolhar auxiliares que sigam as suas diretrizes e as suas orientações? O que é mais importante num Ministério importante como o Ministério da Justiça, diante do momento que vivemos. Como Levandovski ia escolher um auxiliar que tem posições contrárias às suas posições? Um possível sabotador de sua atuação? Levandovski defende que o Ministério da Justiça deve englobar a Segurança Pública, Benedito Mariano tinha o nome defendido pelos que defendiam uma Segurança Pública independente. A questão de segurança pública é um dos “calos” do Governo Lula, ou ele tem um Ministério que combata a violência ou vai para o “beleléu”. A menos que o PT agora esteja aliado aos bandidos que infestam o país. (LGLM)