Por que Lewandowski preferiu Sarrubbo ao nome do PT para a Segurança Pública (com comentário nosso)

By | 18/01/2024 7:04 am

Imagem de gestão implacável no combate ao crime organizado foi determinante para escolha do procurador-geral de Justiça de São Paulo

 

(Roseann Kennedy , na Coluna do Estadão, em 17/01/2024)

Foto do(a) colunaO futuro ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, convidou Mario Luiz Sarrubbo para comandar a secretária de Segurança Pública com o objetivo de passar à sociedade e ao próprio governo Lula a mensagem de que será implacável no combate ao crime organizado. Segundo apurou a Coluna, o perfil “linha-dura” foi determinante para a escolha do procurador-geral de Justiça de São Paulo — e não do candidato do PT para a vaga, o secretário municipal de Segurança Pública de Diadema (SP), Benedito Mariano. A segurança pública é o calcanhar de Aquiles do governo, e foco das críticas ao Executivo em pesquisas.

Nome respeitado pelo PT e por Lewandowski, Mariano é um sociólogo visto como excelente formulador de políticas públicas para a área da segurança. O diagnóstico da futura equipe do ministério, porém, é que o momento atual demanda alguém notadamente conhecido por seu pulso firme, uma imagem comum de integrantes do Ministério Público. Na Procuradoria, Sarrubbo, próximo ao ministro Alexandre de Moraes (STF), fortaleceu o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado.

Mario Luiz Sarrubbo, futuro secretário de Segurança Pública.
Mario Luiz Sarrubbo, futuro secretário de Segurança Pública. Foto: FOTO: MP-SP
Ao trazer Sarrubbo para a equipe, dizem aliados, Lewandowski oferece uma resposta à altura ao fogo amigo do PT, que gostaria de ver o Ministério da Justiça separado da Segurança Pública. Também sinaliza que sua gestão será de atuação direta na área, e não apenas de articulação entre os governos estaduais.

Antes da decisão final do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que manteve o ministério da Justiça unificado, petistas diziam nos bastidores que Lewandowski era um bom nome para a pasta pelo trânsito entre os tribunais, mas não seria adequado para enfrentar a alta na criminalidade neste momento em que a segurança tomou o centro do debate político.

Mariano defende publicamente a criação de um ministério exclusivo para a segurança pública e critica a ação da polícia na Bahia, Estado comandado pelo PT que lidera a letalidade policial no País.

Tadeu Alencar não foi avisado de que seria substituído na Secretaria de Segurança Pública

Durante a gestão de Flávio Dino, a secretaria nacional de Segurança Pública foi comandada pelo ex-deputado federal Tadeu Alencar (PSB), que teve uma gestão “apagada”, na avaliação do PT. O protagonismo na área ficou para o secretário executivo, Ricardo Cappelli, que será substituído pelo ex-secretário-geral do STF Manoel Carlos de Almeida Neto.

A confirmação de Sarrubbo na Secretaria de Segurança Publica causou insatisfação na equipe de Dino, porque Alencar soube de seu substituto pela imprensa. No entorno de Lewandowski, o mal estar é minimizado. A justificativa é que o ministro tem contato direto apenas com Dino e não poderia dar aviso prévio a ninguém, já que isso inauguraria a transição no ministério antes mesmo de sua confirmação à frente da pasta no Diário Oficial da União (DOU).

Comentário nosso

A escolha de cargos do segundo escalão do Ministério deve caber exclusivamente ao Ministro, serão ele vai virar uma rainha da Inglaterra, que reina mas não governa. Como um Ministro pode comandar um Ministério se não tem direito de escolhar auxiliares que sigam as suas diretrizes e as suas orientações? O que é mais importante num Ministério importante como o Ministério da Justiça, diante do momento que vivemos. Como Levandovski ia escolher um auxiliar que tem posições contrárias às suas posições? Um possível sabotador de sua atuação? Levandovski defende que o Ministério da Justiça deve englobar a Segurança Pública, Benedito Mariano tinha o nome defendido pelos que defendiam uma Segurança Pública independente. A questão de segurança pública é um dos “calos” do Governo Lula, ou ele tem um Ministério que combata a violência ou vai para o “beleléu”. A menos que o PT agora esteja aliado aos bandidos que infestam o país. (LGLM)

 

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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