(Papo de Coleguinha, comentário nosso, divulgado no Notícias da Manhã, da Espinharas FM, em 06/02/2024)
Já tínhamos preparado o Papo de Coleguinha desta semana, quando recebemos duas denúncias cuja divulgação não podemos retardar.
O Centro de Especialidades Frei Damião foi um grande avanço no atendimento médico em Patos. Médicos de diversas especialidades atendem ali aos pacientes encaminhados pelos Postos de Saúde da Família. São doentes que precisam do atendimento especializado que o médico da família, geralmente não está habilitado para atender. Mas além dos atendimentos de média e alta complexidade que são a sua destinação, o Frei Damião foi reformado recentemente para a realização de pequenas e médias cirurgias o que foi um avanço muito importante. Dependendo do caso, o paciente não precisa ser encaminhado para o Hospital Regional ou outros hospitais da regão, para se submeter a determinadas cirurgias. O Frei Damião ganhou, como foi amplamente divulgado, um centro cirúrgico para permitir determinadas cirurgias. A primeira das denúncias que recebi é que muitas destas cirurgias deixaram de ser feitas, por falta de uma equipe de anestesistas que acompanhassem as cirurgias. Ou seja, o Frei Damião regrediu.
A outra denúncia também está ligada ao Frei Damião. Há ali especialistas que atendem semanalmente, outros quinzenalmente. A maioria deles de excelente qualidade. E muitos destes especialistas, ao atender determinado cliente, entendem que o paciente precisa de uma determinada cirurgia. Por isso, comunicam ao serviço de regulação da Secretaria de Saúde para que este paciente seja encaminhado para um hospital, em Patos ou outra cidade da região, onde a cirurgia seja realizada, muitas vezes pelo próprio especialista que o assistiu, em um nosocômio onde o profissional trabalha também no serviço público, ou seja, sem nenhum custo para o paciente. É uma providência das mais oportunas em todo o sentido.
A denúncia que recebemos é que determinados especialistas receberam um recado da regulação, não oficializada em documento, no sentido de que reduzissem os encaminhamentos, pois estariam exagerando no número de encaminhamentos. Ou seja, não seria interesse da Prefeitura providenciar tantas cirurgias. O que, na realidade só virá a prejudicar os pacientes que necessitam destas cirurgias. Resultado estamos andando prá trás.
A primeira pergunta é: A quem interessa o fato de que determinadas cirurgias não sejam mais realizadas no Frei Damião? Por que o desinteresse por essas cirurgias?
A outra pergunta é: A quem interessa diminuir o número de cirurgias feitas por indicação dos especialistas do Frei Damião? Será que o número de cirurgias feitas por médicos do serviço público estaria incomodando os médicos que poderiam fazê-las em particular?
“Os puxas-sacos” da administração municipal dizem que tudo anda às mil maravilhas na atual gestão. Mas a realidade é diferente. Há muito a desejar em determinados setores da administração, principalmente na Saúde. Por isso a Saúde de Patos ao invés de progredir está andando para trás. Principalmente para os pobres que não podem pagar. Para quem pode pagar não faltam especialistas da melhor qualidade. Não é a toa que Patos é atualmente o terceiro centro médico do Estado, para onde acorrem pacientes de todo o Sertão. A Saúde pública estadual também evoluiu. Estão aí o Centro de Oncologia e o Serviço de Hemodinâmica, no Hospital Regional. Mas, a Saúde pública municipal está andando prá trás. (LGLM)
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