O exemplo eloquente da Embraer (confira comentário nosso)

By | 06/04/2024 5:23 am
Imagem ex-librisA Embraer está voando alto. O lucro líquido cresceu 13% em 2023: US$ 164 milhões, o maior em cinco anos. Todas as unidades de negócio tiveram crescimento no volume de entregas, o maior desde 2019, e na receita: US$ 5,2 bilhões, 16% acima de 2022. A expectativa para 2024 está entre US$ 6 bilhões e US$ 6,4 bilhões.

O caso é pedagógico no momento em que o governo encarrilha sua “nova” política industrial, batendo bumbo para mais do mesmo: Estado “indutor” (via subsídios, isenções, barreiras tarifárias, exigências de conteúdo local), quando não “empresário” (via estatais) – e, claro, muita saliva e chumbo grosso contra o diabólico “mercado”.

Quando a Embraer foi privatizada, em 1994, estava quebrada. Hoje é uma das maiores empresas do mundo num nicho de tecnologia de ponta ultracompetitivo. Uma das maiores exportadoras industriais do Brasil, a Embraer é também grande importadora. Sem exigências de conteúdo local, 80% dos componentes de seus aviões são importados.

Não se trata de demonizar incentivos à indústria – eles podem ser pertinentes em circunstâncias excepcionais para setores específicos, com diagnósticos, metas e monitoramento precisos. Tampouco se trata de elevar a privatização a uma panaceia, mas de reconhecer, conforme a Constituição, que estatais devem ser exceção e atuar no mercado nas mesmas condições de uma pessoa jurídica de direito privado, sem desvios ou privilégios.

Para a mentalidade desenvolvimentista do lulopetismo, caudatária da ditadura Vargas e da ditadura militar, o Estado indutor e empreendedor é a panaceia, quando deveria ser um remédio excepcional para circunstâncias excepcionais, as ditas “falhas de mercado”.

Nesses casos, o Estado suplementaria funções que o mercado não cumpre adequadamente. É o que se alega, por exemplo, no caso dos monopólios naturais (como o abastecimento de água num município), ou da produção de bens que geram externalidades positivas para toda a sociedade (como pesquisas científicas), ou de mercados incompletos (como créditos para atividades não servidas pelos bancos), ou de estímulos a regiões subdesenvolvidas.

Mas a literatura e a experiência econômica mostram que, para corrigir essas falhas, estatais não são necessariamente a única nem a melhor opção. No Brasil, via de regra, são a pior, porque os governantes, por incompetência ou interesse, dão livre vazão às “falhas de governo”. As estatais são ambiente fértil para capturas políticas e, mesmo quando não há desvio ou corrupção, há inúmeros incentivos à gestão ineficiente, como limites legais à possibilidade de falência, salvaguardas com o dinheiro do contribuinte, regimes de trabalho nos moldes do serviço público ou monopólios blindados pelo Estado.

O Brasil tem mais empresas controladas direta ou indiretamente pelo Estado do que qualquer uma das 36 nações da OCDE – um fórum das democracias avançadas. Boa parte deveria ser desestatizada ou liquidada. As pertinentes precisariam ser blindadas de interferências político-partidárias espúrias. A Lei das Estatais de 2016 fez algum progresso para robustecer a transparência, controles internos, gestão de risco e governança. Mas o Executivo, às vezes com a conivência do Legislativo ou do Judiciário, manobra para erodir essa disciplina. E muito ficou por fazer.

No curto prazo seria preciso criar uma política de gestão que inclua justificativas mais claras para a participação do Estado em empresas e fortaleça os conselhos de administração. Nomeações e demissões de conselheiros e executivos deveriam ser condicionadas a um órgão de Estado, não de governo. Também são necessárias tipificações mais rigorosas para a ingerência ilícita na autonomia dos conselhos de sociedades de economia mista.

Enquanto isso, o governo intervém na Petrobras, por exemplo, para forçar investimentos em atividades ociosas ou onerosas, como refinarias ou estaleiros. A economia segue dando voos de galinha sob a mão pesada do Estado, enquanto a mão invisível do mercado lança empresas como a Embraer às alturas. Mas, se dependesse de Lula, a Embraer já teria sido reestatizada.

Comentário nosso

Um indivíduo cheio de vermes e lombrigas nunca terá a saúde perfeita. Um país cheio de políticos parasitas e empresários que do Padre Nosso, só conhecem “o venha a nós o vosso reino” nunca vai se desenvolver. Para acabar com os políticos parasitas o único remédio é o voto consciente. Para acabar com o parasitismo empresarial é imprescindível que os Governos só mantenham sob seu controle as empresas que, no interesse nacional, não possam ser privatizadas. A Embraer é uma prova de que empresários competentes e conscientes são capazes de competir em qualquer área de atividade com qualquer outra empresa, de qualquer outra parte do mundo. “Quem tem competência, se estabelece” diz um provérbio da sabedoria antiga. Empresário que vive de subsídios é um parasita. Político que vive de distribuição de cargos e verbas é outro perigoso parasita. O político deve ter como única diretriz o interesse nacional, fora disso será apenas um aproveitador dos mais perigosos que só pensa no seu próprio interesse. O PT está no mau caminho e se continuar assim, o país só cantará a cantiga da perua: “de pió a pió”. Lula deve evitar de ficar querendo mandar em tudo. Ele deve apenas deixar que quem tenha competência faça o que é melhor para o país. Se tem um Ministro competente deixe que ele exerça a sua competência e não meta o dedo aí, já que é apenas um analfabeto esperto. (LGLM)

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Category: Opinião

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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