Homenagem às mães, às avós, às bisavós, às trisavós, às tetravós de todos nós

By | 14/05/2017 4:24 am

 

Meu amigo Lenilson Brandão repassou esta historinha, num dos grupos de Whatsapp  de que participa. E vai aqui como homenagem a todas elas:

“Uma mulher chamada Ana foi renovar sua carteira de motorista. Pediram-lhe para informar qual era sua profissão. Ela hesitou, sem saber como se classificar.

– O que eu pergunto é se tem algum trabalho, insistiu o funcionário.

– Claro que tenho um trabalho, exclamou Ana. Sou mãe, disse.

– Nós não consideramos mãe um trabalho. Vou colocar dona de casa, disse o funcionário friamente.

Não voltei a lembrar-me desta história até o dia em que me encontrei em situação idêntica. A pessoa que me atendeu era obviamente uma funcionária de carreira, segura, eficiente, dona de um título sonante.

– Qual é a sua ocupação, perguntou.

Não sei o que me fez dizer isto. As palavras simplesmente saltaram-me da boca para fora:

– Sou Doutora em desenvolvimento infantil e em relações humanas, falei à funcionária.

A funcionária fez uma pausa, a caneta de tinta permanente a apontar pra o ar, e olhou-me como quem diz que não ouviu bem. Eu repeti pausadamente, enfatizando as palavras mais significativas.

Então reparei, maravilhada, como ela ia escrevendo, com tinta preta, no questionário oficial.

– Posso perguntar, disse-me ela com novo interesse: o que faz exatamente?

Calmamente, sem qualquer traço de agitação na voz, ouvi-me responder:

– Desenvolvo um programa de longo prazo (qualquer mãe faz isso), em laboratório e no campo experimental (normalmente eu teria dito dentro e fora de casa). Sou responsável por uma equipe (minha família), e já recebi quatro projetos (todas meninas). Trabalho em regime de dedicação exclusiva (alguma mulher discorda?). O grau de exigência é a nível de 14 horas por dia (para não dizer 24).

Houve um crescente tom de respeito na voz da funcionária, que acabou de preencher o formulário, se levantou, e pessoalmente abriu-me a porta. Quando cheguei em casa, com o título da minha carreira erguido, fui recebida pela minha equipe: uma com 13 anos, outra com 7 e outra com 5. Do andar de cima, pude ouvir meu novo experimento – um bebê de seis meses – testando uma nova tonalidade de voz. Senti-me triunfante!

Maternidade… Que carreira gloriosa!

Assim, as avós deviam ser chamadas doutora-sênior em desenvolvimento infantil e em relações humanas, as bisavós doutora-executiva-sênior em desenvolvimento infantil e em relações humanas e as tias doutora-assistente.

Uma homenagem carinhosa a todas as mulheres, mães, esposas, amigas, companheiras, doutoras na arte de fazer a vida melhor

Que todos tenham um excelente domingo, com muito amor, carinho e lembrem de suas mãezinhas, mesmo que já tenham partido.

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Category: Mensagem

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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