Meu primeiro encontro com a presidente (da Câmara) (*)

By | 14/09/2014 12:01 am

(José Augusto Longo, no Patos Online)

Um dia desses, tive a satisfação de conhecer pessoalmente, a vereadora Nadir Rodrigues, presidente da Câmara Municipal. Achei-a jovem, inteligente, e como adoro mulheres inteligentes – a prova maior do que digo é que Alzira e eu nos esmeramos na fabricação das nossas três filhas, modéstia à parte – procurei conversar acerca de assuntos atinentes à Câmara que ela tem procurado dirigir com a eficiência que a sua experiência de primeiro mandato propicia. Foi, na verdade, a ocasião, quem sabe, de iniciarmos um ciclo de outras conversas, as quais já manifestei o desejo de participar, pois repito, não se perde tempo algum, quando se conversa com pessoas inteligentes, muito pelo contrário.

Notei na jovem presidente o ardente desejo de acertar, de fazer com que o nosso legislativo municipal volte a encontrar o respeito da população, parcialmente perdido, dado a algumas falhas verificadas no desempenho do mandato por parte de alguns edis que, talvez por faltar-lhes uma melhor e mais competente assessoria, perdem-se – alguns – em requerimentos, projetos e discursos vazios, despropositados, fora da competência e do real compromisso que cada um deveria  assumir com a população, ávida por providências para seus problemas, ansiosa por assistir debates que venham de encontro às suas carências.

Na conversa que mantive com a presidente, toquei num assunto que vem me incomodando desde muito e que também incomoda a muita gente: as homenagens que a Câmara presta, muitas vezes a pessoas totalmente dissociadas da nossa convivência, como no caso de alguns títulos de cidadania, que só satisfazem ao ego de quem  os apresenta, como por exemplo homenagear gente estranha que nunca prestou a Patos, nem mesmo a gentileza de uma visitinha sequer, como, dentre outros, aquele dado, por unanimidade, ao Capitão dos Portos, quando o mar está distante de nós, no mínimo trezentos quilômetros e, na época, até mesmo os nossos Jatobá e Farinha, estavam totalmente secos, com suas canoas viradas e ressequidas.

Falei das injustiças que são cometidas, não somente nesta legislatura, mas, desde muito – e que ainda há tempo de se corrigir –   em se dar nomes de ruas e praças a pessoas de somenos importância para o Município, em detrimento de personalidades, que, notoriamente, nas mais diferentes atividades, dedicaram parte de suas vidas, ao nosso desenvolvimento, plantando os alicerces para a construção desta que é hoje uma das mais importantes cidades do interior do Nordeste. É preciso que se faça uma pesquisa criteriosa para que sejam perpetuadas, como forma de agradecimento, aquelas pessoas que, de fato contribuíram para o nosso crescimento e nunca usar das prerrogativas que os mandatos propiciam, para, na ânsia de amealhar votos ou prestígio pessoal, desperdiçar a chance de fazer justiça a quem de direito. Entendo que o vereador – como os demais eleitos para quaisquer cargos públicos –  é escolhido para representar o povo, para em nome dele exercer suas vontades e não para usar tal deferência em benefício próprio. E o povo não concorda com esse tipo atuação.

A nossa Câmara atual, é formada por pessoas que representam as mais diversas categorias da nossa sociedade; são homens e mulheres intelectualmente bem formados e, se se dispuserem, poderão, deixando de lado a politicagem que somente atrapalha e o comprometimento que desmerece a quem assim procede, prestar relevantes serviços à sociedade patoense, dando a volta por cima e se consagrando como uma das nossas melhores e mais profícuas representações. Quadros pra isso há, falta apenas vontade e determinação.

Vamos fiscalizar, sem que para isso precise se inimizar; vamos combater os erros, apontar caminhos, sem que para tanto necessite ser adversário ou correligionário. Tenho a convicção e exerci isso no meu único mandato, que vereador não pode ter lado; o lado deve existir quando das disputas eleitorais, uma vez ser essa uma imposição da própria legislação, mas, no exercício do mandato, o lado do vereador é o povo. O vereador pode muito bem ser correligionário do gestor municipal e questionar suas matérias, desde que entenda a necessidade de melhora-las, assim como aprova-las, se benéficas forem, mesmo sendo adversário do mesmo gestor. Para o povo, o que interessa é que a cidade cresça e o reconhecimento somente será dado em forma de apoio, no futuro, caso entenda que o seu representante honrou os compromissos assumidos quando da última campanha.

Senti na primeira conversa que tive com a jovem presidente, que a vontade existe e que tudo caminha para uma realidade que todos nós almejamos. Pude sentir que ela manifesta muita confiança em seus pares e compreendi, também, que ao final da atual legislatura, muita coisa boa e de positivo poderá ficar, marcando a passagem destes que, pela vontade suprema do povo, ocupam cadeiras na Casa de Juvenal Lúcio de Sousa.

Vamos aguardar torcendo para que tudo dê certo e, se isso ocorrer, comemorar.

(josaugusto09@gmail.com)

Comentário do programa – A presidente pode ter a melhor das intenções, Zé Augusto, o problema é a matéria prima com que ela conta. A fornada de vereadores que ela dirige é, salvo “rarississimas” exceções de péssima qualidade. Podem ter até formação acadêmica superior a fornadas anteriores, mas são movidos por interesses pessoais e subserviência fora do limite. A maioria está mais preocupada com as vantagens que pode auferir pessoalmente do que com o que pode fazer pela comunidade. Com relação a matéria prima, você e Alzira, claro que por influências genéticas, produziram material de primeira qualidade que se esmeraram em melhorar. De nossa parte, eu e “Nobrega” tivemos a mesma sorte com relação à matéria prima e temos feito o possível para melhorá-la. Os novos parece que vão no mesmo caminho da primeira fornada. (LGLM)

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Category: Opinião

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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