STF encaminha denúncias contra Temer à primeira instância (com comentário nosso)

By | 10/02/2019 7:43 am

 

Casos envolvem supostas irregularidades no setor de Portos, relação com a JBS e organização criminosa formada pelo MDB

(Matheus Teixeira e Márcio Falcão, no JOTA)

 

O Supremo Tribunal Federal (STF) encaminhou as três denúncias oferecidas pela Procuradoria-Geral da República contra o ex-presidente Michel Temer à primeira instância.

 

As decisões são dos ministros Roberto Barroso, relator da acusação contra o emedebista por suposto esquema na edição do decreto dos Portos, e de Edson Fachin, responsável pelas denúncias sobre a relação com a JBS e sobre suposta organização criminosa formada por integrantes do MDB, além das suspeitas envolvendo tratativas com a Odebrecht.

 

Ambos os magistrados levaram em consideração o fato de ter encerrado o mandato de Temer, o que afasta a competência do STF para julgar os casos.

 

Além de ter encaminhado o processo à 10ª Vara Federal do DF, Barroso ainda determinou a instauração de mais cinco inquéritos em varas de São Paulo e do Rio de Janeiro a fim de apurar ações relacionadas à edição do decreto cometidas nesses locais. Esses casos atingem a filha do presidente, Maristela, e seus aliados, como o coronel João Baptista Lima Filho.

 

Segundo a chefe do Ministério Público Federal, as apurações revelaram que o emedebista e pessoas próximas ocultaram só no esquema de Portos R$ 32 milhões. A denúncia por corrupção e lavagem de dinheiro chegou ao Supremo no dia 19 de dezembro, último dia antes do recesso do tribunal.

 

A denúncia sobre este episódio foi oferecida no último dia do ano Judiciário de 2018 e sequer foi encaminhado para análise do Congresso Nacional.

 

Já as outras duas tiveram andamento barrado quando foram apresentadas porque foram barrados na Câmara dos Deputados, uma vez que a Constituição exige aprovação de maioria de dois terços para processar presidente da República, passarão a tramitar em primeiro grau.

 

Em uma delas, por corrupção passiva, a PGR  afirma que Temer recebeu R$ 500 mil em propina da JBS. O dinheiro teria sido entregue pelo ex-diretor da empresa Ricardo Saud ao ex-assessor da Presidência e ex-deputado Rocha Loures.

 

Na outra, o procurador-geral acusou o então chefe do Executivo de liderar organização criminosa no PMDB em que também atuavam outros integrantes do governo federal, como os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco.

 

Segundo a PGR, o dinheiro seria uma contrapartida ao presidente por ele ter ajudado a empresa em processos no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A denúncia ainda diz que Temer aceitou a “promessa de vantagem indevida” de R$ 38 milhões.

 

A procuradoria afirma que o emedebista teria negociado ao menos R$ 587 milhões em propina por meio de diversos órgãos públicos, como Petrobras, Furnas, Caixa Econômica, Ministério da Integração Nacional e Câmara dos Deputados.

 

Comentário do programa – Agora “sem caneta”, Temer vai ficar à mercê da Justiça, contra quem o Congresso vinha lhe servindo de escudo. Talvez o seu destino seja servir de companhia a Lula, dividindo para o Governo as despesas da prisão especial. Com dois presos o preço da diária da pousada vai ficar menor. (LGLM)

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Category: Nacionais

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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