Deputados requerem criação de CPI para investigar conduta de Moro como juiz
Um grupo de deputados pediu a instauração de um CPI para investigar a conduta de Sérgio Moro quando ele atuava como juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba e era responsável pelos processos da “lava jato”. O requerimento foi feito com base nos diálogos que revelam relações próximas entre o ex-juiz Sergio Moro e membros do Ministério Público Federal do Paraná, revelados em uma série de reportagens publicadas pelo site The Intercept Brazil.
Deputados querem CPI para investigar a conduta de Sérgio Moro como juiz
Assinam o requerimento os deputados federais André Figueiredo (PDT-CE), Alessandro Molon (Rede-RJ), Daniel Almeida (PC do B-BA), Ivan Valente (PSOL-SP), Jandira Fechali (PC do B-RJ), Orlando Silva (PC do B-SP), Paulo Pimenta (PT-RS) e Tadeu Alencar (PSB-PE).
Os parlamentares alegam que as mensagens levantam suspeitas de que o atual ministro da Justiça e membros do MPF agiram com parcialidade e motivação política na investigação de processo da “lava jato”.
O requerimento também destaca que mensagens atribuídas a Deltan Dallagnol colocam em dúvida a solidez da denúncia contra o ex-presidente Lula, no caso do tríplex do Guarujá. O texto destaca, ainda, o papel de Sérgio Moro na coordenação de trabalhos investigatórios.
Conforme o regimento da Câmara, é preciso o apoio de um terço do total de deputados –ao menos 171 assinaturas—para o pedido de instauração da CPI. A oposição alcançou esse número. Cabe agora a Rodrigo Maia encaminhar a questão.
Comentário nosso – Que país é este, onde os bandidos querem julgar os juízes? Num Congresso cheio de parlamentares acusados ou suspeitos dos mais diversos crimes, surge agora a ideia de uma CPI contra o juiz cuja atuação permitiu que muitos deles estivessem sendo processados por crimes que cometem desde muito tempo e pelos quais nunca nenhum deles tinha sido condenado. E usam como argumento contra juízes e promotores acusações feitas por uma entidade, chamada INTERCEPT cuja tarefa tem sido, justamente contestar as condenações dos parlamentares, empresários e criminosos de alto coturno, principalmente o ex-presidente Lula. Existem tribunais com muito mais credibilidade e com juizes muito mais isentos para julgar juízes e procuradores do que os “famosos quatrocentos picaretas”, conhecidos de Lula há quase vinte anos. E “quem mora na aldeia conhece os seus caboclos”. Lula já sabia de quem estava arrodeado e com quem tratava. (LGLM)