Estamos vencendo a COVID 19, apesar de Bolsonaro trabalhar contra!

By | 19/04/2022 8:14 am

Presidente tenta faturar com o arrefecimento da pandemia, cujos efeitos agravou

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o presidente Jair Bolsonaro (PL) – Ueslei Marcelino/Reuters

 

Decretada em fevereiro de 2020, a Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin) constitui uma espécie de espinha dorsal das ações do Estado com relação à pandemia.

A portaria deu lastro legal para medidas fundamentais de combate à Covid-19, como o uso emergencial de vacinas, a imposição de máscaras e a compra de insumos sem a necessidade de licitação.

O diploma também deu ao governo poder para fazer gastos extraordinários, não sujeitos ao teto constitucional de despesas. A flexibilização, embora essencial, também gerou suspeitas de superfaturamento e favorecimento.

Somente no Ministério da Saúde, por exemplo, estima-se que cerca de 170 regras poderão sofrer algum impacto devido ao fim da Espin. Recomenda-se, portanto, que esse processo seja conduzido de maneira prudente e técnica, a fim de evitar sobressaltos e interrupções de serviços ainda relevantes.

Do ponto de vista simbólico, as implicações não são menos importantes. Num momento em que o presidente clama pelo “fim da pandemia” (o que compete à Organização Mundial da Saúde), o governo tenta virar a página de seu maior desastre administrativo, colhendo louros políticos indevidos pelo arrefecimento da crise sanitária.

A melhora observada atualmente nos indicadores da Covid-19 no Brasil se dá, afinal, apesar de Jair Bolsonaro (PL) e seus auxiliares.

O mandatário vem se portando, desde o início, como o chefe dos negacionistas —menosprezando a gravidade da crise, estimulando o contágio como forma de imunização, promovendo remédios sem eficácia contra a doença, procrastinando a compra de vacinas, sabotando toda e qualquer medida de combate ao coronavírus.

Tudo isso misturado a doses cavalares de desinformação e à indiferença desumana a uma tragédia que cobrou a vida de mais de 660 mil pessoas e afetou, direta e indiretamente, todos os brasileiros.

Em sua ofensiva macabra, Bolsonaro contou com a subserviência do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que, apesar do cargo e da formação médica, acabou por se converter em caixa de ressonância das perfídias presidenciais.

As pretensões da dupla com o fim do estado de emergência, contudo, não podem escamotear a realidade. A pandemia persiste entre nós; menos letal, é verdade, mas ainda assim matando diariamente cerca de uma centena de pessoas no país —e exigindo um enfrentamento que seguirá, como sempre, nas mãos de estados e municípios.

editoriais@grupofolha.com.br

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Category: Nacionais

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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