Enquanto Bolsonaro insiste em intimidações, Justiça Eleitoral reforça defesas
As autoridades responsáveis pela condução do processo eleitoral têm fortalecido suas defesas contra a desvairada ofensiva do presidente Jair Bolsonaro (PL) para tumultuar o pleito deste ano.
O Tribunal Superior Eleitoral deu resposta cabal aos múltiplos questionamentos apresentados pelas Forças Armadas na comissão criada para elevar a transparência do processo. Demonstrou-se que dúvidas tinham origem em cálculos equivocados, confusões conceituais e desinformação —indício, no mínimo, do despreparo.
Foi necessário que o TSE reafirmasse o óbvio no ofício em que respondeu aos generais, desfazendo a fantasia segundo a qual a totalização dos votos seria feita numa sala secreta do tribunal, disparate que Bolsonaro não cansa de propagar.
O fracasso dos que sugerem o contrário é tão constrangedor que parece ter levado o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Oliveira, que até outro dia agia como bateria auxiliar do presidente da República em suas investidas contra o TSE, a refletir melhor sobre o assunto.
Os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), expressaram sua confiança no sistema e na capacidade da Justiça Eleitoral de conduzir o processo.
O único que teima em manifestar inconformismo é Bolsonaro. Em sua busca incessante por meios de tentar intimidar as instituições, nesta semana ele chegou a incitar os seguidores a se armar para reagir contra sabe-se lá o quê.
Suas bazófias são recebidas com ceticismo até em suas fileiras. Pesquisas de opinião têm mostrado que a confiança da população nas urnas eletrônicas é crescente, sendo amplamente majoritária mesmo entre os que torcem pela reeleição do mandatário incendiário.
No Brasil, é missão do TSE organizar as eleições, distribuir as urnas, contar os votos e proclamar os resultados. Como lembrou nesta quinta (12) o ministro Edson Fachin, presidente do tribunal, não há nada que o chefe do Executivo e seus generais possam fazer para alterar essa realidade.
Bolsonaro continuará apostando na confusão porque isso ajuda a mobilizar seus apoiadores mais radicais. O papel da Justiça Eleitoral será cumprir com zelo a missão que lhe foi confiada na ordem democrática, lembrando-o constantemente dos limites impostos aos seus desejos de arbítrio.