Piso da enfermagem: votação no Supremo está 5 a 2 pela suspensão (seguido de comentário nosso)

By | 12/09/2022 8:35 am

Faltam os votos de quatro ministros. Barroso solicitou detalhamento dos impactos econômicos da medida

 

 

 (crédito: Carlos Moura/SCO/STF)
(crédito: Carlos Moura/SCO/STF)

Dois ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) abriram divergência, ontem, e votaram pela manutenção da lei que cria o piso nacional da enfermagem (lei n. 14.434/2022). Por outro lado, cinco ministros já votaram contra a regra, suspensa de forma preliminar pelo ministro Luís Roberto Barroso, no último dia 4, até que os impactos econômicos da medida sejam detalhados. Quatro magistrados ainda têm até a próxima sexta-feira para votar.

“É preciso que se verifique, no caso concreto, (…) a ‘conveniência política da suspensão da eficácia’ do ato normativo questionado, considerando, sobretudo, a deferência que a Corte Constitucional deve ter, em regra, perante as escolhas e sopesamentos (quando se procura encontrar uma solução razoável e proporcional quando ocorre uma colisão entre direitos fundamentais) feitos pelos Poderes Legislativo e Executivo”, disse.

O segundo voto divergente veio do ministro Kassio Nunes Marques. Para o magistrado, a ausência de um piso nacional representa a precarização da pandemia. “Caso esta Corte referende a liminar concedida pelo Relator, é possível que os demais entes da federação cuja média salarial seja superior ao piso salarial nacional também se vejam estimulados a não cumprir a respectiva Lei 14.434/2022 de modo adequado”, avaliou. Na visão de Nunes Marques, a ausência do piso salarial prejudica os profissionais. “Afigura-me bastante provável que o risco de dano inverso decorrente da concessão da liminar possa ser ainda maior do que seu indeferimento.”

Por fim, o ministro reconheceu o papel da categoria no atendimento às vítimas da covid-19. “Não posso deixar de anotar, ainda, que a classe dos enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem e parteiras enfrentaram, recentemente, com valentia, o combate à pandemia causada pelo vírus da covid-19”, destacou. A ministra Cármen Lúcia foi a quinta a votar pela manutenção da decisão preliminar que determinou a suspensão da lei no julgamento virtual, iniciado na última sexta-feira. A magistrada acompanhou o relator, Luís Roberto Barroso.

De acordo com a lei nacional aprovada pelo Legislativo e sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro, enfermeiros teriam como base salarial o valor de R$ 4.750. Como referência para técnicos de enfermagem seria 70% desse valor, e 50% para auxiliares de enfermagem e parteiras. Ainda faltam votar Rosa Weber, Luiz Fux, Edson Fachin e Gilmar Mendes.

Comentário nosso

Até agora só os ministros nomeados por Bolsonaro, André Mendonça e Nunes Marques, votaram a favor da implantação imediata do piso salarial do pessoal da enfermagem. Basta mais um voto a favor da suspensão da vigência do piso para manter a decisão defendida pelo relator da matéria, o ministro Luis Roberto Barroso. A tendência, a nosso ver, é manter a suspensão do piso. (LGLM)

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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