(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, no Notícias da Manhã, da Espinharas FM)
Os amigos mais uma vez pautaram o Papo de Coleguinha de hoje. Um me perguntou o que achei do debate entre Lula e Bolsonaro. Sou sincero. Não perco tempo com estes debates que não debatem programas de Governo, mas se perdem em picuinhas pessoais. Prefiro ver nas mídias o que dizem os comentaristas sobre cada debate. Aliás, uma amiga resumiu para mim o que foi o debate da Band, no domingo. Um simples “bate-boca”.
Outro amigo me ligou preocupado com as notícias de que empresários do agronegócio estariam ameaçando os seus empregados que não votassem em Bolsonaro.
Primeiramente, o agronegócio não tem tanto empregado que dê para mudar o resultado da eleição. Agronegócio, de modo geral, explora a agricultura extensiva, feita com máquinas e com mão-de-obra reduzida. Outro é que os próprios Estados em que o agronegócio é mais importante são Estados de população pequena. Juntando todos eles não competem com a Bahia, de maioria lulista.
Além do mais, candidato que é bom para o patrão, nunca vai ser bom para o trabalhador.
Outro detalhe que não se pode perder de vista. O voto é secreto e o trabalhador não é tão besta que não saiba votar naquele que ele bem quer e não naquele que o patrão manda.
Outro fato que não se pode perder de vista. O trabalhador brasileiro sabe quantos direitos têm perdido desde que Temer assumiu o poder e foi seguido nestes quatro anos de Bolsonaro. Os dois presidentes fizeram o possível para diminuir os direitos dos trabalhadores.
Primeiramente, fizeram tudo para acabar com os sindicatos, os maiores defensores dos direitos dos trabalhadores. E os sindicatos perderam muito de sua força. Depois mexeram na legislação trabalhista, com a desculpa de combater o desemprego. E tiraram direitos dos trabalhadores sem conseguir acabar com o desemprego.
Temer criou o contrato de trabalho intermitente, que Bolsonaro só aprofundou. O contrato intermitente é aquele em que você aparece nas estatísticas como se estivesse trabalhando, mas só trabalha nos dias em que o patrão precisa de você. E, nos outros dias, você vai passar fome? E sem tempo de serviço, pois não vai contribuir para o INSS, como você vai se aposentar quando chegar a sua vez?
Outra mexida na legislação que prejudica o trabalhador. Está ficando cada vez mais fácil o patrão dispensar os seus trabalhadores e pagando uma multa muito menor. Além disso, o FGTS, “quebra-galho” do trabalhador quando fica desempregado, também é diminuído em determinadas situações e Bolsonaro vive liberando o FGTS, dando esmola com o dinheiro do próprio trabalhador. Quando você for dispensado do trabalhador, já terá comido o FGTS.
Por isso, o trabalhador que vota em quem o prejudicou tanto, está dando provas de que é burro. O Brasil precisa é de pleno emprego e é na geração de emprego que o Governo deve investir e não em orçamento secreto, fonte de corrupção, nem em fundos partidários e eleitorais, fonte de corrupção, para “encher o rabo” de deputados e senadores.