Família Banco do Brasil perdeu, Chico Anjinho, uma das suas figuras mais queridas!

By | 07/05/2023 6:47 am

(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado em 07/05/2023)

 

Faleceu na última segunda-feira, 1º de maio de 2023, aos 85 anos, uma das figuras mais queridas entre os antigos funcionários do Banco do Brasil.

Admitido na agência do Banco do Brasil de Patos em 1962, Francisco das Chagas Pereira, transformou-se, ao longo dos 28 anos que trabalhou na agência de Patos, com passagens pelos PAVANS de Mãe Dágua e Santa Terezinha, ambos vinculados à agência de Patos, numa figura icônica. No período houve dois outros Chiquinhos, mas ele era simplesmente Chiquinho do Banco do Brasil, embora também o chamassem Chico Anjinho, apelido do tempo de estudante e professor do Diocesano, Chiquinho Valdivino (do nome do seu pai) e Chiquinho do Jucá, lembrança da Fazenda onde se criou, nos limites com Ipueira.

Nascido em 29/08/1937, no então distrito de São Mamede, do município de Santa Luzia, filho de José Valdevino Pereira e de Benvinda Pereira. A família era grande, mas as doenças de infâncias mataram uns dez dos irmãos, ficando para contar a história Jessé, João Bosco, Manoel, Luzia (a Dudu), Zé Pereira e Heloisa. Casou com dona Nilza Medeiros Pereira, de cuja união nasceram Levi, Jair, Nilza e Vilmar. E dois netos Lucas e Ana Júlia. A morte do filho Vilmar, o ano passado, abalou profundamente a saúde de Chiquinho, já com problemas então.

Chiquinho estudou inicialmente num grupo escolar da zona rural em São Mamede indo depois concluir o primário no Grupo Escolar Coelho Lisboa, em Santa Luzia. Em 1956 foi estudar no Ginásio Diocesano de Patos, onde fez o curso ginasial concluído em 1959. Em 1960 e 1961 fez os primeiro e segundo anos do Científico, no Colégio Diocesano de Patos, Em 1962 foi cursar o 3º ano científico em João Pessoa, pois queria se preparar para o vestibular de Medicina, seu grande sonho. O sonho de se formar em Medicina foi substituído pelo que era o sonho da juventude da época, ou se formava ou ia para o Banco do Brasil. E em 01 de junho de 1962, Chiquinho ingressou no Banco do Brasil, em cujo concurso público havia sido aprovado, juntamente com onze outros colegas patoenses. No Banco do Brasil exerceu as mais diversas funções, sempre fazendo amigos entre os colegas e os clientes. A agência de Patos foi a única onde trabalhou, com passagens pela chefia dos PAVANS de Mãe Dágua e Santa Terezinha, pertencentes à agência de Patos.

Enquanto fazia o curso ginasial no Diocesano, Chiquinho se interessou pelo estudo do Inglês, o que chamou a atenção de Padre Vieira, diretor do Colégio que o recrutou, em 1959, para ensinar Inglês no curso ginasial. Continuou a ministrar a disciplina no Colégio Estadual, até entrar no Banco do Brasil que não lhe permitiu acumular a função.

Chiquinho aposentou-se do Banco do Brasil em 1990. Mas não se acomodou. Como não queria parar de trabalhar fez vários concursos públicos, sendo aprovados em vários deles, mas escolheu um emprego federal no Tribunal Regional do Trabalho de Pernambuco.

Aprovado como analista judiciário, tomou posse em 1995, exerceu suas funções na Vara do Trabalho de Timbaúba, tendo exercido as funções comissionadas de assistente do Diretor e Assistente do Juiz, por conta da sua expertise. Aposentou-se do TRT/PE em 2007, às vésperas de entrar na compulsória, que naquela época determinava a aposentadoria aos setenta anos.

Chiquinho era formado em Economia, pela Fundação Francisco Mascarenhas, atual UNIFIP, em 1972, na primeira turma formada naquela faculdade.

Nascido e criado na zona rural, Chiquinho comprou várias pequenas propriedades na zona rural de São Mamede, a uns três quilômetros da cidade, formando a sua Fazenda Bela Vista, nas proximidades da Polícia Rodoviária Federal. Era sua curtição da aposentadoria além do estudo de línguas a que se dedicou até adoecer mais gravemente. Na Fazenda criava gado e criações e dirigia pessoalmente todas as atividades a ponto de na véspera de se internar para os que foram seus últimos dias, haver ligado para o gerente determinando providências a serem tomadas para garantir a acumulação de toda água das chuvas possível.

De Chiquinho guardo as melhores lembranças. Nós nos conhecemos no Colégio Diocesano de Patos, ambos alunos naquele educandário e depois professores tanto no Diocesano como no Colégio Estadual. Convivemos depois no Banco do Brasil, durante as três vezes em que trabalhei na agência de Patos de 1970 a 1990, quando ele se aposentou. Assim como ele, fiz vários concursos públicos depois de me aposentar, terminando, ele na Justiça do Trabalho e eu no Ministério do Trabalho. Sempre nos comunicávamos pessoalmente, por telefone e pelas redes sociais. Ele sempre presente no Facebook, principalmente, com postagens de fotos e vídeos feitos na Fazenda Bela Vista. Outro colega já falecido e que como Chiquinho e eu vivemos situações semelhantes foi José Alves Campos. Colega meu no seminário de Cajazeiras, colega no Banco do Brasil, e depois de aposentado Promotor Público, aprovado em concurso público e tendo trabalhado inclusive em Patos. Campos depois advogou para mim e Chiquinho em ações previdenciárias que intentamos, Chiquinho com sucesso, eu nem tanto.

Ainda hoje tenho largo círculo de amizade formado por centenas de colegas com que trabalhei nas três agências (Piancó, Patos e Teixeira), além dos Cesecs de Recife e de Patos. Mas Francisco das Chagas Pereira, Chico Anjinho, Chiquinho do Banco do Brasil, Chiquinho Valdevino ou Chiquinho do Jucá, talvez tenha sido o que me marcou mais profundamente, principalmente, com a sua eterna alegria e bom humor.

Nossos pêsames para dona Nilza, sua companheira de todas as horas, para Levi, Jair e Nilzinha e os netos, família que amava acima de tudo e saudades de Vilmar sempre disponível para atender aos amigos. Chiquinho descansou, mas deixou imensas saudades, não só nos familiares, mas em todos os amigos que fez por onde passou. “Combateu o bom combate, guardou a fé”. Viveu bem vividos os seus 85 anos e deixou muitas saudades e inúmeros amigos.

PS: Dessoles me forneceu a relação da turma dos aprovados no concurso em que Chiquinho entrou no Banco do Brasil:

  1. Benedito Ferreira de Andrade (BENÉ)
  2. EMMANOEL ROCHA Carvalho
  3. Francisco Avelino de Araújo (CHICO AVELINO)
  4. Francisco das Chagas Pereira (CHIQUINHO) (†)
  5. Francisco Fernandes Sobrinho (PILICA)
  6. GENARTE de Medeiros Brito (†)
  7. JANUIR MACHADO da Nóbrega (†)
  8. José Alves CAMPOS (†)
  9. JOSÉ Alves SOBRINHO (†)
  10. MANOEL MARLENO Barros
  11. Severino DESSOLES Monteiro
  12. VANDONY Dantas (†)

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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