Um major expulso do Exército, com sete prisões nas costas, suspeito de repassar armas para quadrilhas, que diz “saber tudo” da morte de Marielle Franco, ajudou na fraude das vacinas e gravou áudio sobre o andamento de um golpe de Estado para o ajudante de ordens do presidente, um tenente coronel da ativa, que estava na antessala do gabinete presidencial.
Loucura? Mas combina com o atentado de 8/1 e a minuta de golpe que a PF encontrou na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, que mapeava os votos do agora presidente Lula no primeiro turno para jogar a PRF contra eleitores petistas. Pela minuta (“portaria ou decreto”), o TSE seria deposto por uma comissão mista de civis e militares. É golpe ou não?
“Nós temos a caneta e temos a força. Braço forte, mão amiga”, diz Ailton na mensagem, tratando o Exército Brasileiro como golpista e mequetrefe. Logo ele, amigão do ex-presidente, candidato derrotado como “01 do Bolsonaro”, que é mal visto pelos antigos pares: “esse major é de péssima reputação! Não vale nada”, atesta um general.
Mas esse que “não vale nada” não fala sozinho. Eduardo Bolsonaro: “basta um soldado e um cabo para fechar o STF”. Ex-ministro da Educação (da Educação!) Abraham Weintraub, na reunião ministerial que expôs as vísceras do governo Bolsonaro: “Eu botava esses vagabundos todos na cadeia, começando no STF”. E quantas vezes o próprio presidente liderou atos contra Supremo e ministros, particularmente Alexandre de Moraes?