(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, publicado no Notícias da Manhã, da Espinharas FM, em 09/05/2023)
Ler é a melhor forma de aprender. Quem muito lê, tem mais oportunidade de colher novas informações e, com a leitura, de gravar as informações que conseguiu alcançar. Já escrever é a contrapartida da leitura. Quem muito lê tem muito mais chance de aprender a escrever certo e com fundamento. E não há nenhuma forma de aprender a escrever melhor do que escrevendo.
Mas as redes sociais expõem, claramente, aquelas pessoas que ou tem preguiça de ler ou têm vergonha de não saber escrever. Esquecem estas últimas de que a melhor forma de aprender a escrever é ler bastante e praticar a escrita.
Esta preguiça de escrever ou falta de segurança no ato de escrever fica exposta claramente nas redes sociais, porque muita gente usa exclusivamente a postagem de áudios ou as postagens dos outros, quando podiam simplesmente escrever o que pensam. Áudio é para um recado rápido. Vejamos na prática. Um áudio, se estiver baixo ou mal gravado, o receptor vai ter que ouvir de novo, uma ou mais vezes até entender o que o remetente quer dizer. Se o som do local onde está o receptor for barulhento ou se o receptor tem problemas de audição, a coisa se complica mais ainda. Enquanto isso, se a mensagem for escrita, basta o receptor lê-la de novo até entender o que o remetente quer dizer. Se a vista está ruim, usa os óculos. Se não conseguir mesmo assim, pede a outra pessoa para ler e assim por diante.
Por outro lado, o ato de escrever constantemente ajuda a pessoa a aprender a escrever, pois o seu interlocutor, se for uma pessoa amiga, pode corrigi-lo para que ele aprenda a escrever certo. Muitos, às vezes, me criticam, mas eu gosto de colaborar para corrigir os erros que encontro. O mais discretamente possível. Uma das formas é repetir o que recebemos, de forma correta, como se estivéssemos fazendo uma pergunta. Mas só quando o erro é gritante. Quando é um simples erro de datilografia eu deixo passar.
Por isso, chamo a atenção dos que participam dos mesmos grupos que eu. Um simples recado eu ainda respondo. Mas não mantenho diálogo nem comento postagens colocadas por áudio. E eu sei que muito gente age assim. Ao tentar fazer algum comentário via áudio, você pode perder o seu tempo. Pelo menos comigo é quase certo. Ouvir um áudio, muitas vezes, gravado baixo, num ambiente ruidoso ou ouvido num ambiente não conveniente, muitas vezes se torna impraticável.
Que me perdoem os amigos. Posso parecer mal-educado. Mas não contem comigo para manter diálogos auditivos nas redes sociais. E dificilmente ouvirão, em áudio, comentários meus respondendo às suas postagens em áudio. Vamos acabar com a preguiça ou com o medo de não saber escrever.