(Misael Nóbrega de Sousa)
O dia das mães é de tristeza. Quando somos adotados pelo mundo, deixamos de visitá-la. O vazio toma conta dos cômodos e, impiedosamente, do seu coração.
Em meio a esse abandono coletivo, as desculpas que a vida inventou. Mas, para qualquer situação ela tem sempre uma palavra de reconforto.
Por mais que a vida obrigue, a mãe não empurra o filho do ninho. Há quem diga que essa superproteção gera adultos ansiosos e indecisos. Talvez por isso nunca deixamos de ser “meninos”. Que seja! Cada um que lute!
O presente chega pelo correio junto com um cartão postal. E mesmo de ouro, incenso ou mirra não vale o que ela abdicou. Para o filho, a remissão está naquele embrulho. Para ela, não há lembrança maior que a dele.
Em toda a trajetória de filho ausente, as orações de mãe nos acompanham como um vínculo Santo. E se existir em nossa imperfeição uma centelha de dignidade, que nos dediquemos mais a essas Marias concebidas.
Será também por meio de nosso arrependimento que, feito Elias, o fiel, Deus receberá todas as mães lá no céu.
E, assim, quando os anjos vierem buscar os seus espíritos, deixarão aqui na terra ossos e pele. – Para que nós soframos com o remorso de não saber ser filho, e por nossa própria penitência.