A ex-prefeita de Guarabira, Léa Toscano, anunciou hoje que está deixando o PSDB paraibano. Nas redes sociais ela falou em gratidão e disse que o seu ciclo na legenda chegou ao fim.
Léa é um nome forte para a disputa pela prefeitura de Guarabira este ano e deverá buscar um partido robusto para o embate.
Robustez, aliás, que tem passado por longe do tucanato no Estado. O PSDB que um dia foi hegemônico na Paraíba, composto por grandes bancadas na Assembleia e em Brasília, há tempos não mais existe. Foi desidratado por outras legendas.
A diminuição, é verdade, não ocorreu somente em terras paraibanas. O partido perdeu também protagonismo em termos nacionais. Hoje fica bem atrás de agremiações como o União Brasil, o PL e o Republicanos.
Os tucanos foram aos poucos migrando para outros ninhos. Na Paraíba a legenda perdeu nomes como Ruy Carneiro e Romero Rodrigues e não conseguiu sequer fazer uma chapa proporcional para Câmara Federal, em 2022. Elegeu apenas três deputados estaduais e hoje não controla nenhuma das grandes cidades da Paraíba.
O único espólio ainda sobrevivente é exatamente Guarabira, onde o sobrenome Toscano ainda se mantém forte. Nas últimas eleições a legenda investiu no nome do ex-deputado Pedro Cunha Lima na disputa majoritária, ficando pelo caminho.
A saída de Léa, provavelmente, foi motivada por esse cenário; somando-se à decisão do partido de passar o comando das mãos do ex-deputado Pedro Cunha Lima para o deputado estadual Fábio Ramalho. A mudança não teria, também, agradado ao grupo Toscano.
Recém chegado na Assembleia, Fábio ainda não consegue aglutinar forças para fazer o partido voltar a crescer. Nos bastidores, fala-se em mais diminuição, com a possibilidade do deputado Tovar Correia Lima também deixar o partido.
O PSDB deixado hoje por Léa é bem diferente daquele vivido pelo ex-deputado Zenóbio Toscano. É um partido pequeno, quando comparado ao Republicanos, ao União Brasil, ao PSB e ao MDB na Paraíba. E mais que isso: é um partido no qual as principais lideranças (Pedro e Cássio Cunha Lima) estão distantes do cotidiano político do Estado.
Com isso e por isso, Léa decidiu deixar o ninho.
Comentário nosso
Os partidos políticos perderam substância no Brasil. Antigamente se dizia, João Agripino e Ernani Satyro são da UDN, Ruy Carneiro e Humberto Lucena são do PSD, depois foram do MDB e assim por diante. Hoje se diz: O PT é de Lula, o PL é de Bolsonaro. Na Paraíba, o União Brasil é de Efraim, o PSB de João Azevedo, o Republicano é de Hugo Motta. Ou seja os partidos têm dono. Quando o dono sai, entrega para outro ou o partido se acaba. Ainda existe PTB ou PDT na Paraíba? O MDB foi grande enquanto Maranhão o comandava. Veneziano agora está tentando ressuscitá-lo. O PSDB foi grande enquanto Ronaldo e Cássio estavam no auge. Hoje nem se fala em PSDB na Paraíba. O partido dominante hoje é o PSB do governador João Azevedo. Mas até quando vai continuar assim? (LGLM)