O PSDB deixado por Léa Toscano: um partido pequeno, com lideranças distantes (com comentário nosso)

By | 29/02/2024 6:59 pm

A ex-prefeita de Guarabira, Léa Toscano, anunciou hoje que está deixando o PSDB paraibano. Nas redes sociais ela falou em gratidão e disse que o seu ciclo na legenda chegou ao fim.

Léa é um nome forte para a disputa pela prefeitura de Guarabira este ano e deverá buscar um partido robusto para o embate.

Robustez, aliás, que tem passado por longe do tucanato no Estado. O PSDB que um dia foi hegemônico na Paraíba, composto por grandes bancadas na Assembleia e em Brasília, há tempos não mais existe. Foi desidratado por outras legendas.

A diminuição, é verdade, não ocorreu somente em terras paraibanas. O partido perdeu também protagonismo em termos nacionais. Hoje fica bem atrás de agremiações como o União Brasil, o PL e o Republicanos.

Os tucanos foram aos poucos migrando para outros ninhos. Na Paraíba a legenda perdeu nomes como Ruy Carneiro e Romero Rodrigues e não conseguiu sequer fazer uma chapa proporcional para Câmara Federal, em 2022. Elegeu apenas três deputados estaduais e hoje não controla nenhuma das grandes cidades da Paraíba.

O único espólio ainda sobrevivente é exatamente Guarabira, onde o sobrenome Toscano ainda se mantém forte. Nas últimas eleições a legenda investiu no nome do ex-deputado Pedro Cunha Lima na disputa majoritária, ficando pelo caminho.

A saída de Léa, provavelmente, foi motivada por esse cenário; somando-se à decisão do partido de passar o comando das mãos do ex-deputado Pedro Cunha Lima para o deputado estadual Fábio Ramalho. A mudança não teria, também, agradado ao grupo Toscano. 

Recém chegado na Assembleia, Fábio ainda não consegue aglutinar forças para fazer o partido voltar a crescer. Nos bastidores, fala-se em mais diminuição, com a possibilidade do deputado Tovar Correia Lima também deixar o partido.

O PSDB deixado hoje por Léa é bem diferente daquele vivido pelo ex-deputado Zenóbio Toscano. É um partido pequeno, quando comparado ao Republicanos, ao União Brasil, ao PSB e ao MDB na Paraíba. E mais que isso: é um partido no qual as principais lideranças (Pedro e Cássio Cunha Lima) estão distantes do cotidiano político do Estado.

Com isso e por isso, Léa decidiu deixar o ninho.

Comentário nosso

Os partidos políticos perderam substância no Brasil. Antigamente se dizia, João Agripino e Ernani Satyro são da UDN, Ruy Carneiro e Humberto Lucena são do PSD, depois foram do MDB e assim por diante. Hoje se diz: O PT é de Lula, o PL é de Bolsonaro. Na Paraíba, o União Brasil é de Efraim, o PSB de João Azevedo, o Republicano é de Hugo Motta. Ou seja os partidos têm dono. Quando o dono sai, entrega para outro ou o partido se acaba. Ainda existe PTB ou PDT na Paraíba? O MDB foi grande enquanto Maranhão o comandava. Veneziano agora está tentando ressuscitá-lo. O PSDB foi grande enquanto Ronaldo e Cássio estavam no auge. Hoje nem se fala em PSDB na Paraíba. O partido dominante hoje é o PSB do governador João Azevedo. Mas até quando vai continuar assim? (LGLM)

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Category: Estaduais

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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