Mais de 200 cortadores de cana partiram de Conceição, São José de Piranhas e Monte Horebe para a Bahia
Longe de sua terra, os cortadores de cana enfrentam uma jornada exaustiva de cerca de 9 horas de trabalho puxado que só depende deles para conseguir um faturamento maior no fim do mês e, como faz a grande parte deles, mandar um dinheirinho para os que ficaram por aqui. Apesar da dura jornada na lavoura da cana, para eles, vale a pena todo esforço. Uma ação que se repete a cada ano.
Comentário nosso
Não há nenhuma novidade nisso. Há uns dez anos, na condição de auditor fiscal do trabalho, juntamente com o colega Evilásio Moreira, chegamos a autorizar a liberação de três mil trabalhadores da região para este trabalho na cana de açúcar em São Paulo. Os trabalhadores eram concentrados em Cajazeiras, onde examinávamos toda a documentação dos trabalhadores e as carteiras devidamente assinadas e autorizávamos a liberação para as viagens em ônibus da empresa Gontijo. Além desses liberados dentro da lei, centenas ou milhares de outros que eram levados clandestinamente, tendo que pagar o transporte, sem nenhuma garantia das condições de trabalho que teriam no destino. Destes que eram liberados legalmente a gente observava que muitos iam nesta viagem todo o ano e, como muitos nos diziam, a viagem valia a pena, pois na volta muitos compravam uma moto nova, além das ajudas que mandavam mensalmente para as famílias. Esta liberação na época era feita todo ano, na mesma época, em quantidades de trabalhadores semelhantes. Já saiam daqui com carteira assinada, transporte pago pela empresa e todos os direitos assegurados. Hoje, mudou um pouco a legislação e a fiscalização apenas recebe o comunicado das empresas de que estão transportando os trabalhadores e o Ministério comunica às agências do destino para que lá fiscalizem as condições de trabalho desses operários. (LGLM)