Qual o impacto do aumento dos subsídios do prefeito e dos vereadores nas eleições 2024? (Confira comentário nosso)

By | 26/04/2024 6:58 pm

Os projetos entraram em pauta na sessão da quinta-feira passada, 18 de abril, e foram aprovados em duas votações pelo placar de 12 votos a 4

 

(Genival Júnior, no Patos Online, em 26/04/2024)

 

Repercutiu bastante a aprovação em duas votações por 12 votos a 4, dos Projeto de Lei 040/24, e 041/2024, concluídas na última terça-feira, 23 de abril, que fixam o valor do subsídio do prefeito, do vice-prefeito e dos secretários municipais, bem como dos vereadores e do presidente da Câmara Municipal de Patos, para o exercício 2025 a 2028.

Os projetos entraram em pauta na sessão da quinta-feira passada, 18 de abril, e foram aprovados nas duas votações pelo placar de 12 votos a 4, com ampla aprovação da base do prefeito, Nabor Wanderley, e votos contrários dos vereadores da oposição. Apenas a presidente da Câmara, Tide Eduardo, não precisou manifestar o seu voto.

No campo teórico, criou-se a expectativa sobre qual efeito esse resultado poderia gerar na campanha eleitoral e nas eleições de outubro, uma vez que é fato comum imaginar que a elevação de salários dos agentes públicos não é uma ideia simpática ao eleitorado de Patos ou, por via de regra, de qualquer município do Brasil.

Os dois projetos prevêem aumento de R$ 17.000 para R$ 25.000.00 no subsídio do próximo prefeito de Patos; de R$ 8.500,00 para R$ 17.000,00 o valor do salário do vice-prefeito; de R$ 10.021,00 para R$ 17.000,00 para os vereadores; e uma remuneração de R$ 13.000,00 para os secretários municipais.

Mas o que isso importa na hora de definir o voto? Posso estar redondamente enganado, mas não acho que o eleitor, independente de qual camada social esteja, vai utilizar o resultado dessa votação como critério para definir em quem votar no próximo pleito.

Sendo bem prático, isso não fará com que nenhum dos 12 vereadores que votaram a favor perca o seu capital político, ou mesmo os de oposição venham aumentar, pois isso acontecerá na prática, com o reflexo direto do trabalho e da conjuntura política que for interpretada pelo eleitor até o dia 6 de outubro.

Receber aumento nos subsídios a partir de 2025, também não fará o eventual candidato da situação, que deve ser o prefeito Nabor Wanderley, ou das oposições, representadas hoje por Ramonilson Alves, Priscila Lima e Edileudo Lucena, ganhar ou perder votos nesta eleição, pois o novo valor se aplicará a qualquer um deles que for eleito, como também para os parlamentares, pois as cadeiras do prefeito, do vice e dos 17 vereadores terão que estar ocupadas, e quem estiver lá, será agraciado por ele.

Para quem utiliza uma análise social mais criteriosa para definir seu voto, o conhecimento de ideias, propostas, da capacidade, do histórico político e ideológico dos candidatos, e serão fatores determinantes para definir a preferência do eleitor. Lamentável, no entanto, que um percentual pequeno do eleitorado define seu voto por situações assim.

Particularmente, não acredito mais do que algumas centenas de eleitores sendo capaz de trazer esse tema à tona dentro da campanha eleitoral, pois a esmagadora maioria dos patoenses estará preocupada em apresentar seus pleitos pessoais aos candidatos, o que é o preço da maioria dos eleitores, é claro, e não questioná-los se eles foram contra ou a favor do aumento, e que destino, além do bolso, darão a esse dinheiro.

Assim sendo, a ordem agora é definir estratégias, trabalhar uma boa articulação e espremer leite de pedra para encontrar os votos necessários a uma eventual vitória, com a perspicácia de entender qual a mensagem que agradará o ouvido dos eleitores patoenses, e conquista-los até 6 de outubro.

Quem avisa amigo é. Se alguém tiver no pensamento de que o aumento do salário pode gerar um impacto significativo no resultado das urnas, é bom ir tirando o cavalo da chuva agora, para não ficar com uma grande frustração depois.

Comentário nosso

Muito lúcida a análise do jornalista Genival Júnior, profundo conhecedor da política patoense. Genival além de tudo, é um dos pesquisadores mais abalisados das tendências do nosso eleitorado e da maneira como este reage ao comportamento dos políticos locais. Na realidade a maioria dos nossos representantes municipais não merece o salário que o municípío lhes paga, não só pela falta de conhecimento da realidade, como pela falta de emprenho em realizar a função de vereador. Mas pior do que o salários que se lhes paga, é os seguidos prefeitos virem lhes pagando o mensalão que ninguém prova, mas que todos sabem que existe. É cada vereador da bancada do prefeito indicar um sem-número de servidores que não servem para nada e que ninguém sabe se recebem realmente a paga que o município lhes destina. Os subsídios que se paga a grande maioria dos vereadores é muito acima do que merecem, mas o eleitor em sua maioria só quer saber o que pode auferir de cada um dos atuais e dos futuros vereadores, na verdadeira feira em que se constitui cada campanha eleitoral e os quatro anos de exercício do mandato. Os candidatos pagam pelo voto, durante a campanha política, e continuam a ser cobrados durante os quatro anos de exercício do mandato.  Está na hora de cada eleitor refletir que não deve votar pelas migalhas que vai receber dos candidatos, mas pelo trabalho que cada um é capaz de exercer, cobrando um trabalho cada vez melhor da administração pública. A esmola que possa receber, jamais justificará os benefícios que toda a comunidade poderia vir a receber se tivesse bons vereadores. Com relação à remuneração do prefeito, diante da responsabilidade que desempenha seria justo se fizesse uma administração condizente com a confiança que mereceu dos seus eleitores. No que diz respeito aos vencimentos dos secretários, o novo valor a nosso ver é pouco com relação a determinados secretários com o da Fazenda, da Saúde, da Educação pela responsabilidade que exercem e pela repercussão do seu serviço nos interesses da população. Mas por que razão, um destes secretários que exercem responsabilidade maior ganharem o mesmo que secretários de Esporte, de Cultura e outros que deveriam se contentar com subsecretarias? Deveria haver secretarias de primeira classe, de segunda classe, talvez até de terceira classe e sub-secretarias, de acordo com a responsabilidade que cada um assume. Todos com a mesma condição. Que se contentem com os subsídios que recebem e evitem manobras escusas para conseguirem mais dinheiro. Se não nos roubarem todos os subsídios são justificáveis. (LGLM)

Comentário

Category: Opinião

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *