(Matéria do Paraíba Online)
“Na minha opinião está rachado, dividido. João (Azevêdo) vai caminhar em uma direção e Ricardo (Coutinho) em outra”. A afirmação é do deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), Adriano Galdino (PSB), ao comentar a crise instalada em seu partido há algumas semanas.
Em entrevista coletiva concedida na ALPB, Galdino disse acreditar no inevitável rompimento político entre o ex-governador Ricardo Coutinho e o atual chefe do Executivo paraibano, João Azevêdo, ambos filiados à legenda.
Além disso, o parlamentar afirmou que a divisão do PSB na Paraíba deve resultar em uma série de desfiliações da legenda. Só entre prefeitos, o parlamentar estima que entre 30 e 40 devem deixar o partido.
Comentário nosso – O rompimento entre o ex-governador Ricardo Coutinho e o atual governador João Azevedo dominou o noticiário político esta semana. A nomeação de Ricardo pelo diretório nacional do partido como presidente estadual da legenda foi a gota dágua para o rompimento.
A disputa pelo PSB reedita um fato de alguns anos atrás quando Ronaldo e Maranhão brigaram pelo PMDB e Maranhão ganhou a briga, assumindo o comando da legenda até hoje. Lá como aqui era uma briga entre as principais lideranças do partido, pelo comando do partido.
No episódio atual, o pano de fundo é a eleição para governador em 2022. Tanto Ricardo como João querem ser candidatos e se ficassem no mesmo partido, Ricardo, garantiria vaga na chapa na condição de comandante da legenda. E Ricardo quer garantir a legenda para si, desde já, porque, provavelmente quer se eleger prefeito de João Pessoa em 2020, para se garantir para as eleições de 2022. Diante disso a ruptura atual era inevitável.
Quanto à anunciada debandada de deputados e prefeitos do PSB para outros partidos é muito natural. Todos querem gozar os benefícios que puderem até o final do governo de João. Embora muitos sejam capazes de abandoná-lo às vésperas das eleições de governador se virem que Ricardo tem mais chances do que o atual governador. O que dependerá muito do desempenho de João até lá e das boas lembranças que o eleitor guardar de Ricardo. (LGLM)