(Misael Nóbrega de Sousa, jornalista)
A oportunidade me veio de seus lábios. E eu fui aceito em confiança, feito escultura de cuspe. À cada lição, a calcificação e o desprendimento… – Mas, nunca fui gênio; e saber disso foi o que me fez pular do medo à ousadia.
E, para não ficar orbitando, usei o seu pescoço em contrapeso; e fiz da sua imagem a minha semelhança. Assim, tomei tudo que era seu. Porém, continuava à “sombra”; aflição que carregava, em penitência. E todos os olhares eram de reprovação, bem mais que as 39 chibatadas em Cristo. Fel, cravo, crucificação, oração. Eu não queria o processo.
Vivo chefiado pelo meu erro. Escravo dos favores. Não grito. Não sinto apreço. Pareço zumbi. Diminuo-me ao final do expediente/dia. Até tú, Brutus? À cada punhalada a dor doía em mim… Mas, eu sabia que tinha que ser feito.
Quantos de nós buscam sacrificar-se na construção dos próprios atributos-valores? É bom saber que aquele que faz o bem, é passivo de provocar o mesmo sentimento de aversão de quem faz o mal. Para isso, é importante a responsabilização de nossos atos, quando da formação do caráter.
Fiz desse mundo a minha precisão; e ele nunca será de leveza. Nem todas as vezes é possível eleger a decência. Valei-me, Deus!. Na minha infância, eu via nuvens de bichinhos inofensivos que me deturparam a consciência.