(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, publicado no Notícias da Manhã, da Espinharas FM, em 16/05/2023)
Muita gente tem reclamado da implantação do centro de monitoramento de trânsito em Patos. Alega que se trata de uma indústria de multas. Mas, tem medo de multa quem vive cometendo infrações de trânsito. E é isso que faz a bagunça que é hoje o trânsito de Patos. Motoqueiros e motoristas cometem as mais diversas infrações de trânsito, colocando em risco os outros motoqueiros, motoristas e a população em geral. São esses infratores que temem o centro de monitoramento e as multas que podem advir do seu funcionamento.
Patos já foi uma cidade de trânsito tranquilo, mas cresceu assustadoramente o número de veículos que circulam na cidade, sejam automóveis, sejam motocicletas, sejam bicicletas. Isto provocou um saturamento das vagas de estacionamento, que só a zona azul poderia melhorar, e ao mesmo tempo provocou uma verdadeira balbúrdia na circulação dos veículos. Isto agravado pelo uso de muitos destes veículos através de uma utilização frenética, no caso dos mototáxis e dos entregadores de mercadorias.
Isto é um fenômeno generalizado. Eu quase não dirijo mais em João Pessoa, justamente por conta da balbúrdia que se tornou o trânsito desta cidade, muito mais agitado do que era vinte e tantos atrás, quando vim morar na capital.
Em João Pessoa, os “pardais” e o monitoramento, têm minimizado muito esta agitação, mas ainda não é o ideal. “Haja coração” para dirigir aqui.
Patos está marchando para uma situação semelhante. E das duas umas. Ou implantamos uma fiscalização efetiva do trânsito ou em breve teremos um caos que vai desestimular muita gente a utilizar os seus veículos. O que em parte seria até bom para desafogar o trânsito, mas enquanto isso pode tornar a vida de motoristas e pedestres um verdadeiro inferno.
Outro dia, o vereador José Gonçalves defendeu que se tirasse os agentes de trânsito do centro de monitoramento para orientar o trânsito nas ruas. Eu não concordo com ele. A grande maioria dos motoristas sabe o que está fazendo. Quem não sabe é aquele que não está habilitado para dirigir. E este só aprenderá a se comportar e providenciará a sua habilitação, se a fiscalização o autuar drasticamente, até lhe tornar o prejuízo disso realmente significativo e desestimulante. Por outro lado, os infratores do trânsito só podem ser autuados por agentes de trânsito ou pelo radar, por isso a importância de parte dos agentes atuar no centro de monitoramento do trânsito, de onde poderão impor as multas necessárias para educação dos mal-educados.
Não há em Patos, acreditamos, indústria de multas. O que há são motoristas e motoqueiros, habilitados ou não, que teimam em cometer infrações de trânsito.