Carteira de identidade não indicará sexo da pessoa nem distinção entre nome social e de registro

By | 19/05/2023 8:15 pm

Documento, substituto do RG, deverá ser emitido a partir do final de junho

 

(Fabio Grellet, no Estadão, em 19/05/2023)

 

Novo modelo da Carteira Nacional de Identidade (CIN)

A Carteira de Identidade Nacional (CIN), documento que começou a ser emitido em 2022 e deve se tornar o principal identificador dos brasileiros, não vai mais ter o campo referente ao sexo e terá apenas um campo para nome, sem distinção entre nome de registro civil e nome social. Na versão atual, existe um campo para o nome com que a pessoa foi registrada e outro para aquele que ela usa.

As mudanças foram determinadas pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Público a pedido do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania. Elas têm o objetivo de promover o respeito às pessoas gays, lésbicas e correlatas.

A CIN não tem um número próprio – ela identifica a pessoa pelo número do CPF – e já pode ser emitida em 12 Estados brasileiros: Acre, Alagoas, Amazonas, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. As outras 18 unidades da federação têm até 6 de novembro para se adaptarem e passarem a emitir o novo modelo da carteira de identidade. Para a emissão, a população deve procurar a Secretaria de Segurança Pública do Estado onde deseja ser atendido.

 

                                             Novo modelo da Carteira Nacional de Identidade (CIN)
no formato papel Foto: Divulgação

A nova identidade reduz a probabilidade de fraudes, já que antes era possível que a mesma pessoa tivesse 27 RGs diferentes – um por unidade da federação. Com a CIN, o cidadão passa a ter um número de identificação apenas, o do CPF. A nova carteira contém ainda um QR Code, que permite confirmar a autenticidade do documento e saber se foi furtado ou extraviado, por meio de qualquer smartphone. O documento tem ainda com um código de padrão internacional chamado MRZ, o mesmo utilizado em passaportes, que o torna um documento de viagem.

A CIN é emitida nos modelos em papel e policarbonato (plástico), além do formato digital, que fica disponível no aplicativo Gov.br. Segundo o Ministério da Gestão, até abril deste ano foram emitidas mais de 460 mil CINs físicas e mais de 330 mil foram baixadas no aplicativo Gov.br.

Quando o modelo atual foi instituído, entidades de direitos dos homossexuais e o Ministério Público Federal (MPF) questionaram. O uso do nome de registro antes do nome social “configura flagrante violação do direito à autoidentificação da pessoa trans” e abre “perigoso precedente para a exposição vexatória de um nome que não representa a pessoa que se deseja identificar”, registrou o MPF.

A mudança visa eliminar essas circunstâncias. “Teremos um documento inclusivo. Pretendemos que esse seja um instrumento que permita a reconstrução da relação de cidadania entre o Estado e o cidadão, que a gente saiba com quem está falando e que essa pessoa possa exigir do Estado seus direitos e cumprir seus deveres, além de ser reconhecido como uma pessoa”, afirmou o secretário de Governo Digital, Rogério Souza Mascarenhas.

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Category: Nacionais

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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